"El Hoyo" é uma prisão auto-infligida. Lembrem-se: eles não foram levados para lá, mas antes, a si mesmos se puseram em tal lugar, por não suportarem as consequências dos atos disfuncionais de sua vida. O poço é então, um lugar onde as pessoas vão para se autoexterminarem, e não para se curarem. É uma visão grotesca, pragmática e ultimista da nossa natureza, associada a um convite de conversão. As crianças são a figura da nossa imaturidade existencial, empurrando-nos uns aos outros em competição para estar sobre o topo da pirâmide social a todo tempo, pois sentimos, erroneamente, que só ali há valor agregado e razão de ser. Quando a personagem leva "a criança interior" ao "fundo do poço" e ali desembarca, a mensagem é: "somente a sua criança interior curada pode seguir adiante e se salvar". Quanto a você mesmo, essa versão extraviada de ser humano, não há o que fazer por ela. Ou você se despe da casca e deixa essa versão sem proveito perecer no fundo do poço, ou vai morrer nas suas ficções, racionalizações e paixões como os que nem sequer chegaram ao fundo do poço. Já dizia Cristo: é necessário renascimento para que se conheça a verdadeira vida. O Reino de Deus é primeiramente paz e justiça, antes de ser um lugar; logo, se antes não houver em nós essa postura existencial, não pode haver lugar para nós em tal Reino.