Me deixou como marca a sensação de ter sido "desanestesiada", isso porque a condição polÃtica atual somada aos efeitos da pandemia, provocam com frequência uma sensação amortecida de sobrevivência. É doloroso seguir no imperativo da reinvenção, com tantas mortes diárias estampando as mÃdias e uma das formas de enfrentar o momento tem sido a busca por boas histórias, escritas ou filmadas. Salvo a ousadia das (contáveis) iniciativas contra hegemônicas, a historiografia do Brasil que aprendemos no ensino formal, conta com primazia a participação da população negra pelos escombros e AmarElo, é um dos filmes que escava essas trajetórias enterradas pela narrativa da branquitude. A alegria adulta de Emicida ao fotografar o invisÃvel, estampa em seu filme AmarElo, a poesia musicada do encontro. É um filme de encontros, do visÃvel com o indizÃvel. Num spoiler mÃnimo, repito sua frase: "A liberdade não é permanente. A gente sempre teve que lutar por ela". Se valer minha indicação, corre lá assistir!