Mateus Mendonça

Em minha opinião, é uma ótima série para se passar o tempo e assistir por meses. Antes de assistir Elementary, assisti Sherlock, feito pela BBC e disponibilizado na Netflix até recentemente. Devo dizer que, caso você esteja lendo as avaliações pois gostou muito da série britânica, são completamente diferentes. Elementary trás a ideia do dia a dia de uma estação policial, a NYPD, onde Sherlock resolve crimes com o detetive Marcus Bell, sua parceira (isso mesmo, parceira, por sinal, uma grande ideia da série) Joan Watson e o capitão do departamento. Eles tem um novo caso todos os episódios, e resolvem dentro do tempo de 40 minutos, tendo também uma história maior se desenrolando por fora. É uma série com 7 temporadas, cada temporada com cerca de 23 episódios, então é de se esperar que a qualidade em si do programa seja menor do que a de Sherlock, da BBC, que costumava lançar uma temporada de 3 episódios por ano, porém a série não deixa a desejar quanto a algo para assistir como um passatempo. Sinto falta do foco em apenas um arqui-inimigo para Sherlock, como um Moriarty. Moriarty na verdade aparece, e, mesmo sendo um dos personagens que mais me prendia em Sherlock, poderia ter sido mais explorado em Elementary. Ela (sim, Moriarty também é uma mulher em Elementary) é uma personagem muito interessante, e gosto muito quando aparece, infelizmente por pouco tempo. Esse desenrolar por trás, essa história maior que passa por todos os episódios de uma temporada é ótimo, e acredito que a série penou ao não focar tanto assim nele. Quanto aos dois Sherlocks, bom, o da série americana é mais humano, ele é um detetive muito bom, realmente melhor do que a maioria, porém não é uma máquina como o britânico, e acho que isso é interessante para o desenrolar do roteiro de Elementary, mesmo que minha opinião pessoal seja de que um Sherlock que se destaque muito seja mais interessante. A série também foca bastante na dependência química que Sherlock costumava ter, e a questão da sobriedade dele é muito importante (na verdade, ele só conheceu Joan pois ela era uma acompanhante de sobriedade), o que é interessante para o desenrolar, mostra como ele não é de ferro, novamente trazendo a ideia de humanidade. Esse ponto que foi positivo em Elementary foi um dos poucos que, em minha opinião, Sherlock errou. Na série britânica, existe um foco muito grande no consumo de drogas por Sherlock, começando na terceira (ou será na quarta?) temporada, o que, em minha opinião, prejudicou a série como um todo. Elementary se passa em Nova York, o que é uma mudança interessante, que tenta levá-la para a realidade norte-americana. Concluindo, vejo a série como ótima como uma de investigação policial, porém a qualidade em si não é tão alta quanto a de Sherlock. Dou quatro estrelas por isso, porém realmente recomendo que assista. Ah, e, se for assistir, não assista dublado! O sotaque de Jonny Lee Miller é ótimo, e faz uma grande diferença na experiência!

Simplesmente incrível! Nunca li os livros de Sherlock Holmes, e, francamente, nunca achei o personagem muito interessante, porém a série se transformou, de longe, em minha série preferida. As histórias são maravilhosas, Cumberbatch é um Sherlock muito bom. A distância entre o personagem e seres humanos normais faz a série ser extremamente interessante. Além disso, os “poderes” de dedução de Sherlock transformam ele em um ser de outro mundo. Durante a série, ele vai se “humanizando”, o que eu vejo como um erro da produção. A série perde um pouco nos últimos episódios, com um protagonismo de uma personagem chamada Mary, mas nada é perfeito. O John Watson da série é um personagem leve, mas muito engraçado e corajoso, e mais ainda leal. Sem ele, Sherlock não conseguiria nem sequer se manter resolvendo casos. John (como Sherlock costuma chamá-lo) é um ex-médico do exército. Moriarty é simplesmente a melhor atuação da série (ok, talvez compita com Cumberbatch). Todas as vezes que ele aparece em cena, a vontade é que ele não seja derrotado, para que apareça mais e mais vezes. Moriarty tem Sherlock como seu “ídolo”, e até mesmo por conta disso, se identifica como um consultor criminal, o oposto de Holmes. A relação entre Sherlock e seu irmão mais velho Mycroft também é muito interessante. Assim como Moriarty, Mycroft é extremamente magnético, e eu particularmente gosto muito da presença dele na série, acho que faz total diferença. E claro que não posso esquecer de Molly Hopper e da Sra. Hudson. São personagens secundários, porém que tem sempre papéis importantes. A Sra. Hudson, dona do 221B, apartamento que aluga para Sherlock e Watson, é uma viúva de um ex-chefe da máfia, por isso é muito rica, mesmo que não seja um fato muito comentado na série. Sempre as aparições dela deixam a série mais leve, e as vezes até cômica. Uma das relações mais engraçadas da série é entre a Sra. Hudson e Watson. Quanto a Molly, ela é uma médica, que trabalha principalmente no necrotério, e tem uma certa paixão por Sherlock, que, no começo da série, não é correspondida de forma alguma. Ela, em diversas ocasiões, nos faz ficar com raiva de Sherlock, pois seu comportamento extremamente frio faz com que ela seja magoada várias e várias vezes. Estou com muita vontade de ler os livros por conta dessa série, e espero que novas temporadas cheguem em breve, mesmo que ache improvável. Infelizmente, a série saiu do catálogo da Netflix e hoje (11/04/2021) não está disponível em nenhuma plataforma.

Lupin é uma série ótima, é curta e direta. Assane é o personagem principal, e ele tem como objetivo principal vingar a prisão do pai, que ele via como injusta e que resultou na morte dele, e que ocorreu quando o menino tinha apenas 14 anos, deixando-o órfão, pois sua mãe havia morrido quando criança. A história toda roda em torno do roubo de um colar, que pertencera a Maria Antonieta, e que o pai de Assane, Babakar, foi acusado de roubar. Quando criança, Assane recebeu de seu pai um livro de Arsène Lupin, o ladrão de casaca, e o leu diversas vezes durante sua vida. Quando adulto, Assane resolve vingar seu pai roubando o colar que o mesmo fora acusado de roubar da família Pellegrini, e, para tal feito, ele vai usar as técnicas do ladrão de casaca, que foram-lhes ensinadas no livro. A historia se desenrola daí. Claro que, em alguns momentos, a série força um pouco a realidade, mas vejo isso como algo natural, e que pode ser relevado, tendo em mente a qualidade da produção. O francês não é meu forte, admito eu, logo, dependo muito das legendas para entender as falas dos personagens, por isso, não posso julgar a parte da linguagem do filme, mas, também relacionado com a França, as paisagens são maravilhosas! Acho Paris uma cidade linda, e o filme trás muito isso. Concluindo minha avaliação, diria que a série é interessantíssima, pois, além de ver tudo por uma perspectiva interessante (a do ladrão), também mostra fugas geniais do protagonistas, em momentos que parecem estar perdidos. É uma série que me lembra muito de Sherlock, série da BBC (mesmo que eu ainda prefira a britânica) por conta do personagem principal, que é superior a todos os outros naquilo que ele faz, e que mostra isso por meio de truques que impressionam os espectadores por serem muitíssimo inteligentes.

O filme é bom. Não vejo como uma obra prima, porém é interessante. Não assistiria de novo, porém recomendo assistir em família com crianças um pouquinho mais velhas (maiores de 5 ou 6 anos). Algumas pessoas comentam que o filme “não é para crianças”, e devo dizer que discordo completamente de tal pensamento. Bom, o filme fala de um professor de música (Joe) que tem o sonho de tocar jazz para viver. Um dia, quando esse professor havia conseguido entrar para um clube de jazz para tocar, ele acabou caindo em um bueiro, e é aí que a história começa a se desenrolar. Ele vai para um tipo de pós-vida, e lá existe uma esteira, levando todos para um “aspirador final”. O professor foge da esteira, e corre para o pré-vida do filme, lá conhecendo uma alma chamada 22. Não vou contar muito da história, para não estragar a experiência assistindo, vou voltar para minha crítica. O filme atingiu o esperado, acertou em diversos aspectos, e tratou de um tema que vejo como importante de forma leve. Gosto muito das animações da Pixar, como Up, Divertidamente e Viva, a Vida é uma Festa, porém Soul não foi tão bom quanto os outros, e por isso não avalio com quatro ou cinco estrelas. A história é interessante, porém pode melhorar como um todo, mesmo tendo destaques em algumas partes, como uma conversa com um barbeiro que acontece, que em minha opinião foi uma das melhores partes do filme, e a conclusão, que achei muito bonita. Gosto muito também do jazz, a trilha sonora faz uma grande diferença. Concluindo minha crítica, recomendo que o filme seja assistido, pois trata de um tema importante a ser discutido, e, querendo ou não, é bom, de certa forma, porém não é uma “masterpiece”, não é incrível.