Eu realmente gostei muito, acho que por trás de tanta crítica é porque “Coringa:Delírio a dois” é bem realista, vou explicar na minha consideração final.
Pontos positivos:
1º O roteiro é elaborado
2º Tem músicas muito boas, a trilha sonora é impecável e as músicas fazem todo o sentido nas cenas
3º O filme tem atuações impecáveis, como sempre o Joaquin Phoenix saiu muito bem e Lady Gaga achei perfeita (o único problema foi que eu tive dificuldade no início de separar a Lee Quinzel da Gaga mas foi só no começo, a atuação foi tão bem feita que você esquece que é Gaga e foca só na personagem Lee)
4º Ótima caracterização
5º As imagens são impecável
6º Uma boa ambientação
Minhas considerações finais:
O filme não é tão bom quanto o primeiro mas mesmo assim é muito bom.
O filme tinha a Lady Gaga é ÓBVIO que ia ser um musical, nós trailers mostrava, então a pessoa que ia assistir sabia disso.
O GRANDE PONTO PARA MIM!
No final do filme em que o Coringa morre, fica claro como a morte no cinema é muitas vezes tratada de forma idealizada. Parece que ela sempre precisa ter um significado maior, uma razão, ou precisa acontecer de forma épica, como resultado de um grande evento ou por causa de outro personagem importante. Mas na vida real, as coisas não funcionam assim. A morte não precisa de um motivo ou um grande sentido. Ela simplesmente acontece, sem aviso, sem explicação.
Essa visão do filme é bem diferente do que a gente costuma ver em produções de super-heróis e vilões. Aqui, o Coringa é mostrado de uma forma mais crua e realista, longe daquela fantasia exagerada dos quadrinhos. Não tem grandes conspirações, batalhas épicas, nem uma redenção no fim. Ele vive e morre no meio do caos, e sua história não segue aquele padrão de filme que a gente já está acostumado, com finais grandiosos ou lições de moral.
No caso do Coringa, a morte é algo simples, quase banal, sem grande espetáculo. Não é o clímax de uma luta incrível ou a solução de um dilema moral. Ela acontece de repente, do nada, como muitas vezes é na vida real. Esse toque de realidade é uma crítica direta aos filmes que tentam enfeitar tanto a vida quanto a morte, tratando tudo como se fosse algo maior do que é, quando na verdade, a vida pode ser bem mais imprevisível e caótica.
O filme opta por um final sem redenção, sem glória, o que faz parte da mensagem mais profunda da história. O Coringa não é um vilão que segue o roteiro tradicional, e sua morte também não precisa seguir as convenções que a gente espera. Não tem aquele “grande momento”, só um fim inevitável. E isso reforça a sensação de caos e desolação que o filme traz, mostrando o quanto a vida e a morte podem ser imprevisíveis e sem sentido.
No fim das contas, essa abordagem expõe uma verdade que muitas vezes ignoramos: nem a vida, nem a morte, precisam de um grande significado. Elas acontecem, muitas vezes sem explicação, e talvez essa seja a maior subversão do filme — mostrar que, no fundo, nem mesmo o destino de uma figura tão icônica quanto o Coringa precisa ser algo significativo. É apenas o fim, sem razão, sem propósito, como a própria vida pode ser.