Rosilene Costa

Vale ver logo, pois 'Um caso de detetive' é (dentre tantas coisas) revela[dor] de segredos; portanto, vasculhador de guardados. Assim, percorre caminho lento e refletivo e, indo devagar, vai longe! Seu enredo desafia o espectador permanentemente, descartando suas suposições iniciais uma a uma para, logo em seguida, estimular o surgimento de outras num crescente movimento de tensão. Desse modo, segue até um final tanto inesperado quanto assombroso, reverberante pelo nosso corpo inteiro - corpo físico, mental, emocional... São sentimentos intensos e atordoantes, quando uma ponta se une à outra para trazer à luz o conhecimento dos fatos - atuações irretocáveis, direção exigente e roteiro criterioso cuidam para a entrega de uma trama que nos despedaça. Sim, trata-se de produção sensível, perspicaz e inteligente; triste e trágica também. Amadurecimento há à custa disso - parece ser o preço. Vale se arriscar nesta jornada de crescimento? Totalmente!

Demolidor. Devastador. Dilacerante. Mas também sensível, delicado, comovente. Assim é "Meu pai" - filme que conduz você para dentro dele ao mesmo tempo que para dentro de si. Acaba no início, não nos deixando de pé. Porque, sendo história que escapa, é tentativa vã de evitar perdas, preencher lacunas e ocupar vazios - busca inglória de sentidos e significados. Desaba a dor, mas sem arruaça: devagarinho, se desdobrando... Nesse movimento, vai nos (re)cobrando consciência, valorizando afetos, instituindo valores. Assista! Corajosamente. Precisamos ser afetados... Roteiro e direção, edição e montagem, igualmente as interpretações, são impecáveis na potente produção de alegorias da vIDA.