Retrato forte do niilismo, da maneira mais crua e condizente com o termo e sentimento passado por ele. Isso aparece nas atuações, roteiro, direção e em todo o filme. O inÃcio com imagens de passado e presente se alternando com pessoas contando diversas histórias que viveram e se recordam é um elemento explorado durante os 90 minutos que constrói a sensação de nostalgia e de insignificância do cotidiano e das nossas vidas, motivações e atitudes dentro de uma realidade universal muito maior do que aquilo que vivemos. Isso é usado em outros momentos como quando Anders vai a uma cafeteria e escuta as conversas das pessoas ao seu redor e não só reage a elas com também faz essa reflexão do que somos e qual o nosso papel diante da existência.
O protagonista se apresenta em diversos momentos como uma pessoa pessimista e sem nenhuma perspectiva. Essa nuvem negra em sua volta, causada por desilusões e vÃcios que ele lutou para vencer, molda a sua personalidade bem como daqueles ao seu redor, quando ele transmite seus pensamentos para outros que não necessariamente vivem em uma situação de tamanha frustração quanto Anders, mas que diante de seu discurso se encontram na miséria providenciada por suas razões para viver, pretensões e tudo que haviam conquistado até aquele momento.
Um dos poucos problemas do filme está em algumas falas que se excedem um pouco e tornam-se auto explicativas. Exemplo:
A cena em que descobrimos que o velho amigo de Anders volta a usar heroÃna (sabemos disso por causa do Playstation e Battlefield). Embora seja bem executada e tenha sido feita da forma certa, não é necessária. Tornou aquele diálogo entre os dois no começo auto explicativo.
É bastante cadenciado com cenas longas que aparentemente não são importantes mas que na verdade estão ajudando a contar a história com a paciência e detalhes necessários.
Tem um peso enorme e trata do assunto de maneira sublime e imersiva como muitos tentam mas poucos conseguem.