Entre todas as obras que pude apreciar de gênios literários, eu posso dizer, sem dúvidas, que essa é a mais humilde. A então proclamada 'releitura' mais assemelha-se a uma fanfic emocionada da obra original de Íliada. Os acontecimentos são tão óbvios e convenientes ao protagonista que beira ao absurdo. Enquanto cada personagem parece ter sido construído convenientemente no momento específico em que precisava aparecer, a complexidade dos dois protagonistas é extremamente desinteressante. A começar pelo medíocre, vitimista, possessivo e irritantemente egocêntrico Pátroclo que parece que, de maneira controversa, desenvolveu um complexo de príncipe após perder esse título e direitos, que foram por sua causa. O personagem é tão antipático que, totalmente fora da realidade, mostra todos os outros como incômodos entre ele e seu amado, ao mesmo tempo em que beija e até tem relações sexuais com outras personagens. Como se não bastasse é possessivo, desaprovando até mesmo a relação de Aquiles com a própria mãe. Aquiles, por sua vez, é tão indiferente a tudo que apenas ao fim de mais 300 páginas, após o incidente ele finalmente mostra um pouo de personalidade, o que é parcialmente compreensível por a história ser contada sob a perspectiva de Pátroclo. Em resumo, a obra é integralmente 'humilde', com falta de um bom enredo, complexidade e interligação nítida entre todos os fatos ocorridos. O único ponto positivo é a representatividade LGBTQIA+, porém, isso nao basta se todos os aspectos da trama envolvidos ao redor desse fator principal são medíocres e incapazes de prender o leitor mesmo com os vários esforços em descrições, eu diria fracassadas, de momentos e impressões do cansativo Pátroclo.