Velozes e Furiosos, e bota “velozes” nisso. Estamos falando de um filme que foi bom para sua época, mas que não envelheceu tão bem, principalmente no que diz respeito ao CGI e à dramaturgia — é um daqueles casos de filmes que sobrevivem mais pela nostalgia.
O filme começa de forma promissora, levando o espectador a acreditar que está diante de uma boa trama policial, com assaltos a reprodutores de DVD. Você se pergunta o que isso tem a ver com carros turbinados e personalizados.
Então, somos apresentados a Brian O’Conner, interpretado pelo eterno Paul Walker, que, sejamos sinceros, está longe de ser um dos melhores atores de Hollywood. No entanto, ele se salva porque encontramos nele empatia e carisma. Embora o filme seja centrado em Brian, quem realmente rouba a cena é Toretto. De alguma forma, ele é o chefão da cidade e muito respeitado pelos corredores de rua — um símbolo do “herói das ruas”, e todos querem ser como ele porque é o melhor e mais rápido. Exagerado? Sim, mas nesse filme funciona. O vínculo entre Brian e Toretto é muito bem construído, e os dois têm uma química que sustenta o filme do início ao fim.
Apesar de antigo, o filme envelheceu mal, especialmente no que diz respeito ao CGI. A exagerada cena dos carros acionando o turbo, com aqueles efeitos toscos que tentam nos dar a sensação de velocidade, quase nos faz acreditar que o carro vai atravessar a barreira da luz. Esteticamente, é feio, o que podemos relevar devido à idade do filme, mas, querendo ou não, é um ponto que se destaca.
Velozes e Furiosos é um bom filme para relembrar. A nostalgia nos faz ver coisas incríveis nele, que nem sempre são realmente assim. Assistir a esse filme nos transporta instantaneamente para os anos 2000, tanto no estilo de cabelo e roupa quanto no estilo dos carros, que acabou influenciando muito a cultura pop da época. O neon virou moda, e todo mundo queria ter um carro personalizado, de preferência japonês. A verdadeira nostalgia é uma composição efêmera de memórias desconectadas.
Nota: 7.4/10