Elian P.

Este filme convida todos a pensarem fora de suas bolhas sociais. É antigo, à frente de seu tempo e também muito atual. Tem várias camadas interessantíssimas, mas que estão sendo pouco notadas. Deve-se levar em consideração toda a ótica da Bella ao descobrir o mundo, ver tudo pela primeira vez e lidar com novos interesses e princípios básicos, como sentimentos/empatia e filosofias políticas e sociais. Acredito que o foco da liberdade feminina retratado não esteja relacionado à sua escolha sob o viés da protituição, e sim sobre ter se rebelado e não aceitado amarras e privações frequentemente impostas neste período histórico (abuso de poder do patriarcado como um todo, principalmente a visão do prazer feminino como algo monstruoso, histeria e até castração biológica). É encorajante a evolução da personagem, assim como a aceitação de seu passado por parte do Max, fugindo de preconceitos estabelecidos. Acho importante mencionar que também retrata o avanço da ética da Medicina em relação à época, que usava pessoas como cobaia - me refiro até mesmo às alusões da história de criação do Dr. Godwin.