FÁTIMA: A aparição e as revelações de Nossa Senhora em Fátima são relatos impressionantes do século XX, fator de conversão e fé que move corações até hoje. Neste filme, temos a representação muito bem feita das aparições aos famosos pastorinhos Lúcia, Santa Jacinta e São Francisco. Tudo parte de uma conversa entre um escritor (Harvey Keitel) e irmã Lúcia (Sônia Braga), levando à rememoração dos eventos surpreendentes. Ele provocador, ela objetiva.
O filme é muito bonito, cinematograficamente. As atuações são boas, a fotografia tem qualidade e a ternura com a história católica é evidente. Falta um pouco de manejo no roteiro para criar um desfecho mais impactante, mas sem dúvidas é um filme que não tem medo de contar a história dos milagres com a credulidade da fé. Um grande acerto do filme é não ser explicitamente pedagógico: dos lábios de irmã Lúcia, não saem tratados de teologia, mecanismos de convencimento ou frases de rasteira intelectual. A maioria das perguntas do escritor ficam sem respostas, pois o filme não é sobre convencimento, mas sobre fé diante dos mistérios propositais de Deus.
A beleza da santidade dessas crianças é comovente (e que elenco mirim formidável!). De joelhos em oração, toca um coração católico presenciar um retrato tão lindo dessa visita da Mãe à Terra. Fiquei muito emocionado e convido meus irmãos católicos a assistirem nos Cinemas pelas seguintes razões: incentivar obras como essa, ricas de Cristandade; vislumbrar a simulação do que foi um grande milagre na Terra; semear o coração com as a conversão que Nossa Senhora tem a nos dar; e, por fim, assistir a um filme lindo sobre o valor do sacrifício e da penitência como cruzes para o Céu. Em tempos em que abnegação e altruísmo estão fora de moda em prol do “tudo quero, tudo posso, tudo faço”, entender que “tudo posso, mas nem tudo me convém” e que abraçar as cruzes foi ordem direta de Jesus fará muito bem no seu caminho de santidade.