Solange Martins

Filme impactante. Eu achei melhor que Oppenheimer e Criaturas Estranhas. O tema não é para divertimento, é para reflexão. Muitas vezes nossa sociedade tem uma indignação seletiva, infelizmente. O ritmo é perfeito para contar a história . É necessário estar aberto para compreender. Atenção aos detalhes sutis. Reconstituição perfeita da época . A história brutal vai sendo contada aos poucos...Os sinais da maldade. A vida perfeita da familia em contraponto aos horrores do Campo de Concentração bem ao lado; é um contraste absurdo, principalmente devido a frieza da familia e os sons da barbarie ao fundo... as cinzas no jardim, os membros da familia quase não dormem. A menina é sonambula, o bebe só chora, os meninos tentam brincar de guerra...O cachorro fica agitado o tempo todo. As cortinas todas fechadas. As roupas dos judeus assassinados são distribuidas . Os projeto dos fornos crematórios. A avó se vai embora. Os barulhos de tiros, gritos, a fumaça, os latidos dos pastores alemaes. A fumaça dos fornos. A judia que faz sexo com o oficial nazista. A cena dele lavando no tanque o sangue das botas....A cena final no Campo de Aushiwitz. Me lembrei das fotos de horror que existem no livro "Mein Kampf " de Hitler, que uma vez vistas, jamais são esquecidas .O que sabemos : Rudolf Hoss alegou amnesia. Foi enforcado. Sua esposa alegou não saber o que se passava ao lado da casa da familia, no julgamento de Nuremberg. Saiu impune. Um esclarecimento aos que não entenderam: a menina da bicicleta e das maçãs e´uma homenagem do cineasta a uma menina de 12 anos que realmente existiu , se arriscou. Fez alguma coisa. Sugiro a obra de Hannah Arendt " A Banalidade do Mal" . É perfeita para entender o filme . Ajuda bastante. Pois aqueles que veem o mal e nada fazem, contribuem com ele . Nota 10 ao filme. Parabéns ao autor.