Leonardo Sarmento

Atuações fracas, não como bailarinos, mas como atores. Roteiro óbvio, bobo, cansativo, batido... no meio do balé poderia ser explorado mais tramas entre as bailarinas, muito comum no meio, repleto de traíras, o que não aconteceu. Falta de cuidado com a realidade. Exemplo, a menina acorda do coma depois de muito tempo com o mesmo rostinho que tinha antes do coma, saída de um SPA de beleza, assim fica tosco demais. Se tudo foi fraco ao menos as cenas de nudez e sexo poderiam ser mais utilizadas para gerar interesse, mas houve pouca nudez e as cenas de sexo nada convincentes. Sem opções dá para ver, apenas 1 temporada vai rápido.

Minissérie com uma temática já bem explorada no cinema, mas ainda assim muito rica. Opera sobre o resgate verídico de artistas e intelectuais em Marselha, talvez por este fato a minissérie traga uma linguagem mais teatral em certos momentos, com certo tom cômico, sem exageros. Apesar de não ser uma novidade retratar o tema com esse toque de humor desde os idos de Chaplin, me gerou certo incômodo ao me deslocar da realidade histórica de tensão e perplexidade que representou o nazismo. Em certos momentos fica um tanto cansativa, em se tratando de minissérie (poucas horas) de temática tão potente poderia nos proporcionar mais intensidade em cada episódio, a percebi um pouco leve em demasia. Não é porém descartável, longe disso, produção para ser assistida e gozada, que remete à figuras da intelectualidade atemporal da nossa história.

É indubitavelmente surreal. Será? Criação que ao mesmo tempo que hoje ainda nos parece "fora da casinha" é de uma realidade límpida. De forma sumária é o hoje sob uma perspectiva tecnológica de um futuro ainda não tão próximo, mas não tão distante. É o enfrentamento dos problemas do hoje com as formas de inteligência artificial já bem experimentadas na humanidade, tudo uma questão temporal, da velocidade que a humanidade achará suas formas de vida e soluções para os seus problemas e diversões. É absolutamente possível imaginar muitas das representações da série para um futuro no exato padrão disfuncional e desimportado com a ética e a empatia que captamos de forma muito clara nos hodiernos dias. A inteligência artificial ainda engatinhando parece caminhará com rapidez. A série mostra o lixo que somos em crescimento exponencial na medida que conseguimos poder, na medida que temos escolhas entre o nosso individual e o difuso, quando sempre o nosso individual é a prioridade e o difuso acaba entalhado para servir de cobaia às mais claras exceções dos encastelados. Aproveitem a série, e se puderem, reflitam. Finalizando, a temporada 6 é disparada a mais fraca, roteiro deixa a desejar, episódios cansativos, o primeiro é o que desperta maior interatividade. Apesar disso a série deve ser vista, contemplada e refletida no sentido da nossa atual posição como membros sociais e gregários que somos. Espelho negro é a mensagem subliminar do que refletimos como sociedade?

Uma criação única de um esmero absurdo. Roteiro, atuações, direção de arte, ambientação, fotografia, tudo, absolutamente tudo impecável. Violência, intolerância, política, extremismos, poder, corrupção, castas, é a realidade de um tempo que se pretendeu contar exatamente como o espelho do hoje, tudo putrefato, apenas mudaram o calibre das armas e as formas como matam. Se recomendo? Aos inimigos não.

Li os comentários e me animei em ver com tamanho os elogios externados aos criadores da série. Sou bem crítico, para começar a ver algo leio à respeito para mensurar se faz ou não meu gênero. Pois bem, após maratonar a série, em momento algum entendi porque avaliaram a obra como algo tão especial, para mim um produto ok que quis ser diferente, mas não me agregou valor, em muitos momentos cansativa. Enredo mediano, não empolgante, mas sim, com boas atuações das protagonistas. A Netflix tem opções infinitamente superiores, mas de fato para o meu critério de avaliação que pode ser distinto do seu que acaba de ler as minhas considerações.

Uma criação fantástica. Um vilão e mocinho, um ser cruel e amável, alguém que mata e salva vidas. O personagem Dexter é paradoxal por essência, sai do esteriótipo do psicopata frio e metódico e ao longo da série vai se humanizando. A série Dexter é na minha percepção o oposto do que ocorre com o humano em sociedade, nasce humano e ao longo da vida vai acrescendo traços de psicopatia. O meio putrefato que estamos inserido vai nos atribuindo as piores características e nos aproximando dos monstros. Dexter é nosso espelho invertido, a cada instante de interações com humanos mais perdemos nossos altruísmos, empatias, sentidos de coletividade, capacidade de amar. Dexter inversamente conquistou isso e a vida o destruiu no momento que ele conseguiu de fato se humanizar, amar como um psicopata em tese não seria capaz. Será que para vivermos e não sermos engolidos pela vida precisamos ser psicopatas?

Uma produção conceitual, mas sim, muito próxima da sociedade disfuncional atual, repleta de individualismos, axacerbamento de regras que nos transformam cada vez mais em robôs e menos humanos. O que mais se vê no hoje são pessoas estranhas que transmitem uma grande mentira de felicidade, normalidade à sociedade, mas que intimamente estão mentalmente perturbadas e repletas de convicções que repetem como papagaios. Uma sociedade cada vez mais autoritária onde as pessoas escolhem entre extremos, se cegam por convicções que desconhecem e defendem como verdades absolutas da forma mais rasa possível, próprio de uma sociedade com deficit mental para discernir o que é mais basilar. Mais uma pandemia e um filme como esse será baseado em fatos reais da vida.

Dramalhão baseado na história real de uma família disfuncional capitaneada pelo patriarca com a coparticipação da envolvida matriarca, que não conseguiu se desvencilhar e nem proteger seus filhos de um estilo de vida caótico. A liberdade de ser quem quiser sem qualquer razoabilidade social termina quando se inicia uma família, nesse momento surge a responsabilidade, e a aí de fato liberdade sim, mas com responsabilidade, o que o patriarca da família jamais teve. Excelente filme para uma profunda reflexão, mas paro por aqui para não dar spoiler, afinal foi baseado em um caso real.

Belíssima obra. Intensa do início ao fim, capaz de colocar o espectador em cena em um roteiro simples, direto e real. A obra possui sua assinatura, e mesmo com realismo foge dos clichês que tratam do antissemitismo. A obra trabalha com limites morais e deixa o questionamento de onde se iniciam e cessam. Mostra que a retidão é a ética recebem parâmetros personalíssimos que não são uniformes e por vezes não tem o certo e o errado. Amor e família em situações extremas recebem proteções distintivas e à depender da perspectiva podem fomentar resultados antagônicos. Profunda, mas infelizmente não é para todos, sutil em cada passagem.