Talison Ferreira

ótima série, mas por mais que cutuque em temas atuais, essas séries americanas jamais colocarão o dedo na ferida de verdade em problemas simples e reais. Tais como a desigualdade, pobreza e a sociedade de classes. A série traz sutilmente que o nazismo/fascismo do século XX é um produto legitimamente americano. No entanto essa critica some com o bom entretenimento na série. Os vilões são as corporações, os heróis são os fantoches destas corporações e os espectadores da série são fantoches da amazon. Vista pelo angulo real, a série é um escárnio com o mundo real e uma sátira ao mundo dos hérois. Por trás de toda a mensagem da série tem a amazon, onde seu dono empilhou dinheiro na pilha de mortos da pandemia de 2020 até hoje. O fascismo é ainda um produto legitimo americano e está de mãos dadas as grandes corporações.

Essa série subverte tudo o que vimos sobre mafiosos no cinema, principalmente com Coppola e Scorcese. Nos filmes desses diretores, os mafiosos são implacáveis, são praticamente forças da natureza que fazem o que fazem sem ter um dano psicossocial. Em the sopranos, vemos que os mafiosos são fracos, repletos de manias e de traumas psicólogicos causados por este modo de viver. O personagem principal teme que seus ataques de ansiedade o deixem enfraquecido perante aos seus comandados. Vemos a todo momento personagens antes implacáveis com medo do câncer, da senilidade, da morte tediosa. Eles não temem a morte, mas teme morrer como um comum, temem morrer como um fraco e isso mostra que na realidade o cinema é outro na vida real. The sopranos é uma sátira aos filmes de mafiosos implacáveis.

Essa série mudou completamente o meu gosto pelo audiovisual. Uma série bem feita como essa se torna um filtro entre o que é bom e o que é ruim no entretenimento. Alguns episódios são a pura arte da atuação. Breaking Bad é uma série sobre moral e ética do ser humano. Ela mostra os limites destes dois termos que estão presentes no nosso cotidiano e que teimamos em não discutir. É quando temos um prazo de validade que damos sentido as coisas, a nossa vida e nossa moral e ética também sofre uma reviravolta. O que você faria se lhe faltasse 2 anos de vida? No caso do protagonista ele usou algo que o reconfortasse para realizar o seu desejo mais profundo: O poder. Não pelo dinheiro e pela familia, mas o poder, um poder externo ao ambiente familiar, uma vida dupla um alter ego. Não era o poder da casa, ser a principal voz da família, mas algo que o fizesse se sentir vivo. Nesse caso ele não corrompe a moral e ética dentro do ambito familiar, mas descobre que o verdadeiro ouro das ruas, era os não-limites morais e éticos que o mundo das drogas tinham. Para quem tem dois anos de vida, ter um cartão ilimitado para gastar esses dois termos era o suficiente para se sentir realizado. Quando essa carga de poder e ausencia de limites morais e éticos atingem a família, ele descobre que prefiria ter 1 dia de vida.

Série espetacular. Junta com The Sopranos, Breaking Bad de minhas séries essenciais. Personagens complexos, tramas complexas que mostram a realidade cruel da guerra as drogas. Envolvendo a máquina de guerra norte americana de guerra entre agências (FBI, Dea e Cia), as farmacêuticas que vendem opióides que criam um exército de viciados sob a tutela da "Anvisa" dos EUA.O cartel de drogas e o estado norte americano representado por lobistas cruéis. O cartel é a entidade "mais limpa "da trama.