Mais um livro cercado de altas expectativas. A autora escreve muito bem e é gostoso ler sua prosa, é fácil. Mas fiquei com o estômago embrulhado de um jeito ruim, e olha que isso não é fácil, pois leio de tudo desde a adolescência. Os personagens masculinos são todos nojentos, não se controlam diante de sexo fácil, não têm um pingo de caráter. O pior é isso ser naturalizado, romantizado. Um dos personagens é pego no flagra pela esposa fazendo sexo oral com a própria sobrinha, e ainda põe a culpa na esposa por ela nunca ter feito isso nele, Meu Deus! As mulheres são retratadas da forma mais triste: ou são beatas frígidas amarguradas, ou são putas sem caráter. O personagem principal, Venâncio, é conduzido de forma que se tenha pena dele. Ele "só" matou o filho recém nascido, espancou a esposa e dormiu com todas as prostitutas da cidade enquanto a mulher definhava em vida. Não consigo terminar esse livro. Vi aqui nos comentários como ele termina. Não estou criticando o talento de Carla Madeira, e sei que tem gente que aprecia um enredo assim, respeito. Só não aguento mais essa romantização da prostituição, do adultério, da sacanagem disfarçada de "humanidade".