Cláudio Silva

Filme interessante. Mostra a aflição de alguém se dando conta da sua consciência sendo progressivamente "invadida" por aspectos do inconsciente (afetos traumáticos intensos e tendências genéticas) e, com isso, tornando difícil a relação com a "realidade". Me fez lembrar das considerações da Dra. Nise da Silveira no livro Imagens do Inconsciente. Em uma outra perspectiva era bonito ver como Sarah tinha uma sabedoria intuitiva de que precisa das relações (menina que cavalgava, donos do cavalo, amiga no trabalho, professora de dança, outra aluna da aula de dança, darren, etc) para dimensionar o que estava acontecendo com ela. No entanto, pode-se dizer que nossa sociedade é muito organizada em tribos e as relações cada vez mais líquidas. Isso torna muito difícil para as pessoas muito introvertidas encontrarem um lugar de pertencimento.

Para mim, esse curta conseguiu tratar com sensibilidade e beleza de um tema doloroso, que é o luto pela perda de um filho, vítima de violência.