Jonathan Vieira

De longe o pior dorama já escrito. Eu realmente não entendo qual a necessidade da estória de tornar o amor tão insuportável e difícil. Todo o conflito não se justifica e os personagens principais apenas andam em círculos (aliás tem um comentário sobre isso na própria série) e não crescem em nenhum momento da trama. O rapaz hesitou em atravessar a rua para ir de encontro à sua amada, e por isso ela não confia nele. E isso desencadeia em uma série de escolhas imbecis, onde os sentimentos de ambos e de outros ao redor são afetados de forma bastante negativa. Pra não ser injusto, gostei do desenvolvimento dos personagens coadjuvantes que (embora sejam condenados a serem pares descartáveis dos protagonistas) mudam e crescem conforme a estória avança. Isso aponta para alguns elementos que, se fossem corretamente trabalhados, poderiam tornar o dorama significativamente melhor. A trilha sonora é boa e, ao mesmo tempo, pessimamente utilizada. Se torna repetitiva demais. Todo episódio tem uma cena do personagem encarando o nada enquanto uma música é tocada no violão. Todo episódio. Os protagonistas não são carismáticos, aliás, se tornam cada vez mais detestáveis e evitam ao máximo tomar uma decisão minimamente necessária e que poderia mudar o rumo da trama e torná-la mais coesa (por exemplo, falar e ouvir). Minha crítica não está no fato da história ser dramática e ter um final em aberto, e sim de que todo esse drama existe porque o roteirista quer que a história seja triste e se utiliza das inconveniências mais sem sentido que podem haver. O resultado é um pseudo-drama cuja experiência se torna tão detestável que no final tanto faz o desfecho. Se vai ter um final feliz para aqueles personagens ou não, pouco importa.

A primeira temporada mantém uma certa qualidade da narrativa. Mas a segunda temporada é um desrespeito a esses personagens e também a quem está assistindo. Não sei qual o problema dos roteiristas. Nunca senti tanto desgosto com um roteiro como nessa novela. Poderiam ter revisitado a primeira temporada antes de ter continuado.

Yargi - Segredos de Família tem 111 capítulos em sua primeira temporada e achei impressionante como ela dificilmente perde o ritmo. Faz tempo que não acompanhei um trabalho tão bem feito em novelas desde Avenida Brasil. Yargi conta a trajetória de Celina (advogada) e Isaac (promotor de justiça) que correm para desvendar o mistério de um assassinato que, de forma surpreendente e trágica, une os dois em uma trama cheia de reviravoltas que nos intrigam de maneira profunda. Indo na contramão de novelas em geral, todos os núcleos de personagens aqui são fundamentais para o andamento da trama. Não lembro de nenhum núcleo desinteressante que serve apenas ao propósito de preencher espaço. E a forma em que todos esses núcleos se conectam nos leva a momentos interessantes. Nós ficamos presos à trama para tentar desvendar todos os segredos. E todos os personagens têm algo a esconder - o que torna a novela mais interessante a cada capítulo. Percebemos como eles dançam e se relacionam em cima de um tapete que, se levantado, revelará todas as verdades obscuras e tristes que fazem parte de suas vidas. A novela começa com um chute na porta, e encerra a temporada entregando tudo o que queremos ver, para depois finalizar com um gosto amargo. Toda a trama é bem amarrada ao final da primeira temporada. A novela tem um total de 3 temporadas, mas somente a primeira foi exibida por aqui. Isto posto, não sei dizer se ela mantém o nível de qualidade que pontuei neste texto. No meu ponto de vista, os primeiros 111 capítulos fecham bem a trama.

Um filme claramente problemático e que foge totalmente da visão proposta por Zack Snyder. No aguardo pelo corte do diretor para voltar aqui e dar uma avaliação melhor.

MM84 é um filme todo pensado pra ser como os clássicos do gênero. Seu enredo pode ser bastante divisivo, mas sua mensagem central é real e necessária.