Decididamente uma leitura necessária. Estava buscando algumas pontas soltas no meu desenvolvimento espiritual e me deparei com o Estoicismo. Não é difícil identificar que na sistematização do Cristianismo entraram várias formas do pensamento antigo e como o mundo cristão foi se amalgamando no monoteísmo judaico, nos mitos orientais e no pensamento essênico. Os essênios foram provavelmente também os professores de Jesus. Depois que Ele foi apresentado ao templo (Jesus como bom judeu fez Bar Mitzvah - a cerimônia que insere o jovem judeu como um membro maduro na comunidade judaica aos 13 anos) e depois não existe qualquer referência até seu reaparecimento aos 30 anos de idade iniciando seu apostolado até aos 33 anos quando foi crucifixado. Nesse período Êle esteve com os essênios, grupo asceta, apocalíptico messiânico do movimento judaico antigo e retorna já sábio para cumprir as profecias e compor o que hoje chamamos do NOVO TESTAMENTO.
E os essênios decididamente praticavam o Estoicismo. Os principais estoicos são homens nascidos na região de Tarso (apóstolo Paulo de Tarso) e de Chipre. Esta região tinha tantos judeus que, em 117, estes atacaram os romanos, participando da guerra judaica, contra os romanos. Outros estoicos eram da Síria, da Fenícia, região banhada pelas idéias hebraicas e semitas, presentes na cultura Cananeia-fenícia. Uma prova disso é o o fato do nome principal de Deus, na cultura fenícia, ser “El”, como é na Bíblia.
Na leitura do Diário estoico percebe-se que uma das diferenças entre o cristianismo do estoicismo é a noção da graça, segundo a qual os homens recebem ajuda de Deus para serem realmente sábios, conformando a vontade não à natureza material, mas sim a Deus, o criador que transcende a matéria. No mais o Cristianismo bebe dessa fonte!
Milber Guedes