Leonardo Relvas

É uma série com boas batalhas, bem filmada e que traz um período histórico fascinante, mas parece que as qualidades morrem aí. A segunda temporada conseguiu ter um roteiro pior e com mais inverdades históricas de Germânico e Armínio que nem poderiam ser imaginadas. ATENÇÃO SPOILERS À FRENTE Primeiro que Armínio nunca chegou a ser capturado pelos romanos após ter trocado de lado, ponto relevante que deu o ritmo dos principais acontecimentos até aqui. Desnecessário e irreal. Segundo que os produtores da série insistentemente acham que os dramas pessoais são mais interessantes que a História em si, preferindo criar fatos fantasiosos, novelescos e infantis que determinaram os rumos de Roma e Alemanha. É exatamente esse o ponto, parece uma novela. Isso transparece claramente na velha cultura hollywoodiana de pintar os romanos como vilões e os bárbaros como heróis, perdendo a oportunidade de dar uma visão mais madura sobre o porquê nações e povos entram em guerra ou têm seus conflitos iniciados. Germânico, um importantíssimo e nobre general é retratado como um adulto imaturo e impulsivo enquanto Armínio é um herói que pensa na liberdade e na justiça. Aliás, a esposa e filho que ele (na História) abandonou foram historicamente respeitados e não o contrário, como trazido na série. Mais inverdades. Para completar, pautas e sutilezas da cultura woke também estão inseridas na série, em detrimento do que realmente aconteceu na época e de transmitir ao público um sentido maior nos atos de grandes líderes que foram injustamente vilanizados.