Como alguém disse, esse filme é mais sobre fotojornalismo de guerra que sobre a guerra em si. A escolha, em si, é legÃtima e interessante.
Mas vamos lá: os protagonistas são esses repórteres e fotoreporteres, mas todos são mal construÃdos e fazem ações meio ilógicas. Sem dar spoilers, apenas eu pergunto: vcs no final do filme se importam com o que acontece com eles? A Lee, personagem principal, o que sabemos dela? Já cobriu outras guerras e achou aquilo muito violento e terriiiiivel... Que original, quem diria. Pelo resto, uma hora ela é chatérrima com a jovem, um minuto depois basicamente a adota como uma filha. Justificativa da mudança? Não sei, perguntem ao diretor roteirista.
E vamos ao Wagner Moura. A gente ama ele, mas ao ver esse trabalho vem de gritar: "volta pra casa, querido, só a gente sabe te valorizar!!"
Ele vive um jornalista que nesse filme faz tudo menos ser jornalista. Mas basicamente ele é um autista de carro endoidado para mais e mais adrenalina. Ok, o Wagner disse que pesquisou e descobriu que tem muitos repórteres de guerra que curtem demais a ação da batalha. Tá certo, mas com certeza esse não pode ser o único traço desse profissional. Ele não investiga nada, ele não tem informações sobre nada, ele não pergunta praticamente nada e as poucas vezes que o faz, vc preferia que tivesse ficado calado. "Oi, com licença, vocês sabem que tem uma guerra civil bastante grande lá fora?"
O roteirista devia estar achando que durante qualquer guerra o 100% da população deve botar um capacete e pegar uma arma nas mãos.
Enfim, tudo bem não querer contar muitos detalhes sobre a guerra, mas essa não pode ser a justificava para não falar de absolutamente nada. Afinal, em Apocalipse Now - me perdoem chamar essa obra-prima em questão aqui - também não se entende muita coisa sobre a guerra que está acontecendo, se vc não conhece a história do conflito no Viet Nam, mas isso não impede que muitos temas sejam encarados e magnificamente representados. Ninguém estava esperando esse nÃvel do Alex Garland, mas se esse Guerra Civil tivesse tentado chegar ao 5% daquilo, estarÃamos pelo menos um pouco satisfeitos.