Jean Lourenço Corretor

O Poderoso Chefão é um filme que inicialmente mostra uma forte ideia de lealdade entre os aliados da família Corleone. A trama principal começa quando a família Corleone recusa uma proposta de participação nos lucros com tráfico de drogas em troca de oferecer proteção e influência política e jurídica, já que eles controlavam juízes, a imprensa e outras esferas de poder. Vito acreditava que o negócio das drogas não se alinhava com os valores da família e que, apesar de lucrativo, traria muitos problemas, além de manchar sua imagem. Após a tentativa de assassinato de Vito, seu filho Michael Corleone assume a liderança da família, e para mim, o grande ápice do filme é justamente essa transformação de Michael. Ele, que era o “bom moço”, alheio aos negócios da família, decide de maneira calculada e estratégica assassinar dois inimigos-chave. A decisão de Michael de matar esses dois foi um ponto crucial na história, e a execução em si é uma das cenas mais tensas do filme. Depois desse momento, a trama se desenvolve de maneira tão marcante quanto o próprio Michael, que vai se transformando num líder frio e implacável, assumindo o lugar do pai de maneira surpreendente e mostrando que, no fundo, ele sempre teve o potencial para ser o novo "chefão".

"Os Bons Companheiros" é um filme que mostra a realidade crua da vida de um gângster, sem romantizar nada. A lealdade entre os personagens só existe enquanto há interesse mútuo. Fora disso, cada um está pronto para trair ou até matar pra proteger o próprio pescoço. No mundo do crime, ninguém é realmente amigo, só estão juntos enquanto lucram. Além disso, as atuações são um show à parte. Os atores entregam performances incríveis, trazendo realismo e intensidade aos personagens, o que deixa o filme ainda mais envolvente. Senti falta de uma trama principal, mas entendi que o foco é nas relações e no comportamento dos personagens, e isso acaba sendo a verdadeira história.

"O Lobo de Wall Street" pouco oferece em termos de inteligência ou profundidade emocional. O filme, que poderia explorar o drama real por trás da ascensão e queda de Jordan Belfort, se perde em uma overdose de cenas superficiais de festas e drogas. São praticamente 3 horas de excessos, com apenas cerca de 20 minutos dedicados a um drama genuíno que, se ignorados, não fariam diferença. Em vez de trazer uma reflexão séria sobre as consequências das escolhas dos personagens, o filme se preocupa mais em glorificar o caos e a imoralidade, sem entregar um desenvolvimento emocional significativo.