Uma série de ficção cientÃfica não é um documentário. Logo, existe uma certa margem para o supostamente impossÃvel.
No caso da série da Netflix, o problema não reside nesse ponto, embora existam aqueles que avaliem a série em razão da citação de conceitos cientÃficos.
Por se tratar de entretenimento, me parece que a série é um completo fracaso, tentando atingir diversos públicos.
Em termos cientÃficos, quem fala sobre a "seriedade" da série, ignora que a premissa já é absurda: uma civilização tão evoluÃda, com inúmeros problemas, tentando sobreviver a apenas 4 anos-luz, não havia conseguido identificar outro planeta habitável tão próximo? Precisavam de uma mensagem nossa, um "convite", para se mudarem para cá?
Sobre os personagens, por partes:
1. O núcleo central de adultos jovens lembra novela infanto-juvenil, concentrando o suprassumo da inteligência mundial em 5 "cientistas" iniciantes. O episódio final deixa isso explÃcito na "apresentação" de um deles na ONU. Não há um bom desenvolvimento de qualquer um deles, cada um apresentando apenas uma faceta de personalidade, mantendo todos numa superficialidade desnecessária. Nesse ponto, talvez a série original seja melhor, já que pode desenvolver melhor apenas um personagem protagonista.
2. Os demais personagens são caricatos demais: aquela que seria a personagem principal, não demonstra qualquer conhecimento acima da média porém se vê como A inteligência porém não dá um passo certo; outro passa de herdeiro rico no meio da China comunista (como ele apareceu lá, não se sabe) para um fanático religioso infantil e repetitivo com final bizarro e desnecessário; o "lÃder" da resistência humana é ridiculamente grosseiro, beirando a sociopatia; o namorado de uma das personagens vira O único militar disponÃvel para salvar a Terra; o "policial" (que não é policial, nem é membro do MI-6, enfim...) é um exemplo de fim de carreira trágica... enfim, tudo muito exagerado e sem sentido.
Sobre os efeitos especiais, não dá para comparar com séries e filmes mais elaborados. Parece que foram produzidos em 486, quer dizer, nos anos 90. Em alguns pontos, senti vergonha alheia.
Música? Não temos ou, se há, quem lembra?
Fotografia? Bom, as paisagens parecem proteção de tela do Windows e, fora isso, não há nada de relevante.
Finalmente, o roteiro em si é tenebroso, com cenas desnecessárias, relações amorosas demasado infantis, cenas de violência extrema gratuitas e por aà vai. Na realidade, de metade para o final, ao menos para mim, foi um suplÃcio.
Existe uma outra série disponÃvel, que não é perfeita mas ainda melhor, chamada O Sinal. Para quem deseja ver obras realmente melhores, sugiro filmes como Interestelar, A Chegada, O Primeiro Homem, A Origem, Blade Runnes, 2001, Ex-Machina, Guerra Mundial Z ou mesmo Perdido em Marte ou séries como Black Mirror ou Dark.
Sério, não perca seu tempo.