A narrativa traz a situação real de Gabriel Comicholi que grava uma videochamada com a mãe para anunciar que o exame de HIV deu positivo. Até aí, nenhum problema. Ainda vivemos em uma sociedade preconceituosa e que estigmatiza a AIDS. Portanto, informações ainda são a melhor arma contra pensamentos errados. Contudo, no momento em que o jovem fala coisas como "é normal", "todo mundo está sujeito a pegar", "é uma doença como outra qualquer", "não foi descuido, aconteceu", ao meu ver, ele está enriquecendo o discurso de muitos ouros jovens que, ao suporem que "ninguém mais morre de AIDS'', começaram a se descuidar. Até compreendo a atitude de não se preocupar diante do exame, contudo, no momento em que essa atitude positiva vem recheada da frase "não têm nada não, não foi descuido", Gabriel de certa forma está alimentando atitudes negacionistas de muitas pessoas. A coragem dele é louvável, mas a forma como isso é mostrado deixa um tom de estranheza.