Se o falecimento do magnata da comunicação e um dos maiores Ãcones brasileiros foi talvez, o maior acontecimento deste ano de 2024, o filme "Silvio" segue uma linha as avessas e ocupa a prateleira dos piores filmes do ano. Vou justificar, mas vou começar pelo ponto positivo que é justamente a atuação do ator Rodrigo Faro que muitos estão criticando. Na minha opinião foi uma boa atuação, pois, encanar um dos artistas mais imitados e famosos do Brasil é uma grande tarefa e considero que gostei da atuação, livrando assim o filme de ser péssimo. Mas, as boas impressões param por aÃ, o resto é ladeira abaixo e terminar o filme foi um grande exercÃcio de paciência, porque, o filme começa fraco e não melhora como costuma ser. No inicio para tentar injetar uma adrenalina há um tiroteio e a história da fuga cinematográfica do sequestrador "homem aranha" da filha do "patrão" e se segue com a invasão da casa do "homem do baú". Já na casa e sob a mira do "coitado" sequestrador (o filme vitaminiza o impetuoso invasor) o poderoso magnata vai se transformando em uma figura paternal de seu algoz e nas quase duas horas de provavelmente muita ficção temos policiais em conflitos institucionais clichês e ridÃculos que perdura desde "Tropa de Elite" (se bem que em Tropa de Elite esses conflitos são bem legais). Há ainda, flashs da infância, da mocidade e da amizade entre Silvio e Manoel da Nobrega onde o cineasta utilizou aqueles cortes usados em filme de "terror psicológico/psicodélico" em dezenas de cenas atrapalhando sobremaneira a tentativa de ao menos se extrair uma boa atuação dos atores. Na verdade, o filme se trata da admiração da famÃlia Abravanel pelo seu algoz e resumidamente dos feitos do homem do baú. Homem este que passa a impressão de ter sido um grande narcisista, segundo a pelÃcula. Outro ponto ruim, o Silvio mais moço não se parece em nada com o Silvio mais velho de Faro, passando a impressão que se tratam de dois personagens diferentes, como acontece naqueles filmes onde se contam histórias paralelas de personagens completamente diferentes. Posso dizer que os flashs do de "volta ao passado" são tão irritantes quantos "tremelhiques" de terror psicodélico que ocorrem com as cenas dos personagens. Enfim, Rodrigo Faro entrou em uma grande roubada, pois, no ano do falecimento do importante comunicador, onde as homenagens acabam sendo inevitáveis, o pretencioso ator herda o icônico papel com um roteiro bem fraco, um elenco insuflado de personagens desconhecidos em um filme lento e irritante e os pós créditos que poderia ter apresentado uma homenagem ao Senor Abravanel não acontece. O nome do governador não foi sequer mencionado e os jargões e musiquinhas que marcaram a carismática vida de Silvio Santos não são replicadas aqui. Logo, dada a grandiosidade do personagem o filme Silvio realmente não representa o falecido comunicador.