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A ideia da novela é desafiadora, ainda mais para a Turquia de 2010, que mal começava a ver o potencial de se vender o país por meio de uma novela, para o resto do mundo. Eles devem ter enfrentado muita coisa para colocar uma novela dessas no ar. É o que chamam por aí de novela desruptiva. Que provoca questionamentos sociais. O tema: estupro. A novela foi bem sucedida comercialmente. A gente acaba comprando a fantástica atuação de todos os atores envolvidos; os cenários; e até torcemos por Fatmagul superar o trauma. Mas daí, os autores tiveram que tentar um desafio extra: inventaram um romance com um dos caras envolvidos no estupro. Não, Kerim (estrategicamente para a trama), não a estuprou. Mas ele a segurou, para que os outros fizessem o serviço. Daí, os autores procuram um monte de desculpas para que os dois pudessem ficar juntos, ao invés de se concentrar na superação de Fatmagul. No final das contas, é Kerim o coitado, o traumatizado, o sequelado que só faz besteira, parecendo um galo de briga atrás de todo mundo. Fatmagul, a estuprada, é quem tem que consolar o pobrezinho. Ela sonha com coisas que só um cara com o mínimo de sensibilidade poderia lhe dar. A impressão que dá é que Fatmagul se resignou a viver com o cara, pois "é o que tem pra hoje". Eu esperava outro caminho. Ela vencendo e superando e encontrando alguém que demonstrasse o quanto a valoriza. Não um cara tosco (bonito sim, mas tosco). Alerta de spoiler: Enfim, eu me conformei em torcer para que os estupradores pagassem. E isso aconteceu de maneira exemplar. Toda a família dos ricaços. Mas, quase que isso se perde também, com desvios de última hora, quando o Selim arruma uma companheira de aventuras de lindos olhos azuis, sendo como que introduzida na novela de sucesso para debutar... Ficou esquisito. Também não gostei de ver que a mulher que vendeu a Fatmagul não pagou nadinha. Tive que me contentar com a surra que o amante lhe deu, no meio da novela. Mukades não podia ter acabado assim, bela e solta... A propósito, que atriz fenomenal. Ela quase engoliu todo mundo com sua atuação estupenda. O pai de Kerim, que estaria no julgamento no final da novela, desapareceu. Não vi como o advogado dos ricaços acabou no banco dos réus. A Osgui, que tomou tanto tempo e tantos capítulos da novela, simplesmente desapareceu. Apenas uma cartinha para dar alguma satisfação ao público. Enfim... Resumo de opera: A novela começa morna, pega fogo, e na metade para o final, vai ficando sem rumo. Só o último capítulo, quando se vê em tomada geral as vítimas de estupro ou suas famílias com os cartazes, é que valeu por todos os últimos dez chatos capítulos finais. Aquele momento merecia muito mais destaque. Mas tudo bem, pelo menos teve. Se recomendo? Depende... A novela tinha potencial... Desenvolveu parte dele. Tem que ter certo critério para não comprar como maravilhoso conto de fadas, o amor de Fatmagul e Kerim. Ele não moveu um dedo para conquistar a moça ou se redimir. Ela é que teve que ceder em quase tudo. Na vida real, nenhuma vítima de estupro em Sã consciência ficaria com aquele rapaz.

As novelas turcas normalmente começam mornas e vão esquentando, até deixarem o espectador cem por cento conectado; possuem trilhas sonoras inesqueciveis; e se desenrolam com temas muito interessantes e atores talentosos. São bem dirigidas e exploram bem os cenários. "Iludida" é um dos melhores exemplos, nesse sentido. Em minha opinião, até agora é a melhor novela turca que acompanhei. O enredo me lembra o auge de Gilberto Braga, se for para comparar com as brasileiras antigas. Uma trama envolvente, sem dúvida. Infelizmente, no afã, talvez, de impactarem com algo diferente, as novelas acabam perdendo um pouco o propósito (ou o fôlego), da metade para o final, deixando os espectadores como eu, um pouco frustrados. Ou esticam assuntos corriqueiros ou enrolam de maneira desproporcional, acabando com o ritmo da novela. Foi o caso de "Fatmagul" de maneira gritante e outras, como Forçade Mulher. Afora o fato de que, para nós, brasileiros, a dublagem ou a legenda são essenciais. Esses produtos chegam ao nosso país e não recebem o melhor tratamento que merecem para atingir seu propósito comercial. Especialmente a dublagem. As melhores vozes são utilizadas para os atores secundários, enquanto que os atores principais recebem vozes que podem combinar com outros personagens, mas não com os protagonistas. Em "Iludida", a voz que dubla Aras absolutamente não combina e acaba esfriando a química entre os personagens. Ele não é um dublador ruim, só não combina. Teria sido sensato escolher outra voz. Eu tive vontade de correr dessa novela muitas vezes, quando Aras abria a boca. Só não o fiz, porque a história era muito interessante. Fica a dica: cada voz de dublagem é um talento, ainda mais no Brasil (tem tradição de possuir os melhores dubladores do mundo), e o diretor de elenco de dublagem precisa fazer escolhas sensatas para o propósito do público a que a novela se destina. Mas nada disso tirou o fato de que "A Iludida" me prendeu do começo ao fim. Recomendo!

A proposta é boa, mas virou uma novelinha boba. Tentam fazer humor e romance, mas parece tudo tão caricato, repleto de canastroes. A protagonista é tão... Mimada, chata, faz caras e bocas e atua mal. Não consegui acompanhar. De todas até agora, está é a pior ( e "A Iludida" é a melhor).

Eu lamento que tantos seriados bons têm sido cancelados. Este é um deles. Muito bem desenvolvido para fazer o telespectador olhar para dentro de si mesmo. Fora os segredos e mistérios que a gente quer desvendar. Infelizmente, vivemos uma era em que ninguém pode olhar para si, só para o celular; ou ver a beleza da diversidade. Aproveitem as duas temporadas disponíveis, porque o seriado foi cancelado. (Estou falando da atual versão, não da icônica série dos anos 1970/1980, pois esta era fenomenal).

Chata. É como eu resumiria, mas o Google diz que precisa ter 30 caracteres, então estou enchendo linguiça. Brincadeiras a parte: o casal não tem química. Parecem dois robôs conversando frases sem sentido, um com o outro. Acho até que os robôs teriam mais emoção para demonstrar que os protagonistas. O set mal iluminado só torna o ambiente da série ainda mais deprimente. Os grandes atores que têm participação especial, como John Turturro e Wagner Moura, não salvam o enredo. A cena em que os protagonistas se arrastam como cachorrinhos foi ridícula. Deus me livre!

Bom, é apenas a minha visão, baseada no primeiro episódio. Meirelles caprichou na direção, como sempre. É um diretor muito competente. O elenco é fantástico. Collin Farrell está incrível no papel. Essa é uma trama em camadas. Do tipo que a gente tem que ir descascando para chegar no cerne. É bem o tipo do suspense que eu gosto. Mas, por outro lado, é também um grande risco pois promete muito. Resta saber se vai conseguir entregar o que está prometendo. Definitivamente, eu estou intrigada.

Pontos fortes do seriado (primeira temporada e começo da segunda): elenco, enredo, suspense criativo, atuação, direção e produção. Pontos fracos: não gosto de fotografia escura, que mal dá para enxergar as cenas ou as expressões dos atores. Na primeira temporada não foi tanto, mas na segunda... Está muito mais carregada, quase desfocada. Acho que eles tentam demonstrar o lado sombrio do enredo tornando tudo escuro. Também não gostei da cantoria sem sentido da primeira temporada. Vamos ver como vai ser na segunda, que demorou muito para sair (quase esqueci da história, que é muito boa). Vou acompanhar.

Apesar de longo, esse filme foi bem legal. Está cheio de metalinguagem. Como um caça-palavras visual. Brinca muito com os estereótipos que consagraram o cinema americano. Além de mostrar a importância dos trabalhadores que atuam nos bastidores, com imensa dedicação e profissionalismo. Especialmente essa profissão das "sombras", o duble. O diretor, como sempre, dá um show em suas cenas de ação. Afinal, já foi um grande duble e trouxe essa linguagem para John Wick. O filme é moderno, mas também é retro. É romântico sem ser meloso. Conta com um baita elenco e reviravoltas. Adorei a homenagem à certas figuras... (não vou dar spoilers). Ah, a trilha sonora vale muito a pena. Recomendo!

O conceito visual do futuro, em Atlas, é interessante e traz a discussão sobre o papel da IA na sociedade. O que é bem relevante. A protagonista é fraca... Parece uma mulher histérica e contraditória, que não gosta das pessoas, mas tem muita fé na humanidade. De vez em quando, ela dá uma de John McLane, pois não se dá bem com tecnologia, mas consegue, do nada, hackear um ciborgue... Enfim, ela é uma colcha de retalhos sem personalidade, extraída de outros filmes. A ideia do roteiro é boa, embora pudesse ter sido melhor desenvolvida. Os primeiros 40 minutos são promissores, o resto do tempo se arrasta um pouco até a última meia hora, que se torna realmente emocionante. Vejo referências como Minory Report (a estética dos cortiços futuristas), Ripley de Alien II (dispensa explicação), V de Vingança (a frase de efeito) e até O Exterminador do Futuro (IA assassina com robozao psicopata). O filme tem problema com o ritmo, demorando demais em miudezas infantis como ensinar uma IA a xingar ou vender a ideia do "trabalho em equipe"; e sendo superficial em coisas que mereciam mais destaque. Enfim, eu esperava mais. Eu diria que se você procura um filme de ação com aparência sofisticada, mas com uma estória simplista e clichê, este é um passatempo para falta de algo melhor.