Um filme interessante e de alguma forma incômodo. Quando ela cita no início que está cansada de “ser tratada como um nada e quer mais” e a sugestão é fazer “o melhor com o que temos” vê-se todo o ressentimento por apesar de ser uma pessoa com prêmios a sua raça e sexo ainda definem o que ela deve fazer porque é o que a sociedade espera. Ela usou o que tinha e fez o que em suas palavras no decorrer do filme ela cita “fiz o que muitos homens fazem”. Está aí o desconforto! Apesar de tudo o que lutamos ainda NÃO de espera de nós mulheres atitudes como estas! A personagem tem todo um perfil de psicopata mas a pergunta é: Se fosse um homem terias o mesmo conceito de juízo? Não fala aqui sobre a negaça da negritude. Mas acho que este ponto tb faltou ser abordado da ótica dela do que a cor da sua pele influencia a sua forma de conviver em sociedade e o quão o espelhamento do outro nos faz ser aceito em sociedade. Observem as cenas pontuais e falas de Neve e em como ela observa as pessoas e o meio em que ela interage. Vale a pena assistir sem expectativas e se surpreender. Se possível assista mais de uma vez para perceber as nuances de todos os personagens na trama psicológica de Neve.