Jim Santos

Mais uma que entra para "O Vale da Estranheza". De repente você olha para a TV e vê algo que deve ser Alvin e os Esquilos, mas tem alguma coisa muito errada; aquilo não são esquilos, não são pessoas, não são reais, pior de tudo... Não são fofinhos. A voz não combina porque não são esquilos, o cabelo não combina porque não são humanos, a cor da pele e a ausência de pêlos não combinam com a esquilos, e o tamanho, a proporção são assustadoras porque não são humanos.

Um filme fora da caixa, resultado do pensamento filosófico e artístico de uma mente pouco preocupada em agradar os adeptos da "receita de bolo" Hollywoodiana. Para os bons observadores é possível notar a forma quase surrealista em que a narrativa tenta fazer referências à questões delicadas como a puberdade, a alienação paternal, a violência psicológica doméstica, e até a própria esquizofrenia está tudo ali, muito bem representado pelo elenco impecável, , com boas atuações, uma atmosfera pálida e impecável, qual uma boa foto de Instagram (aliás, isso é um dos muitos detalhes inseridos ali para ser analisado), e todos os demais elementos desconfortantes presentes durante toda a história. Sim... Ninho do Mal é um filme desconforfortante, descomprometido com o público convencional, e com certeza se tiver alguma notoriedade receberá péssimas críticas dos críticos vendidos de praxe, mas se você já está enjoado da previsibilidade dos títulos estadunidenses, vale a pena dar uma chance. Recomendo para psicólogos e em caráter de observação alegórica.