Gostei demais!
Farei uma crÃtica as crÃticas.
Muitos não estão entendendo a questão de como a série abordou a questão do estupro e acredito que sejam pessoas mais jovens a fazerem esse tipo de crÃtica.
Tem que considerar que o estupro, tal como ocorreu foi há quase duas décadas. Quando não se tinha toda essa informação como temos atualmente, de que o ato cometido por Oscar contra a Liana tinha sido um estupro.
A sociedade muda, o que era aceitável ou em partes aceitável no passado, hoje não é mais. Tanto é assim que até as leis e os entendimentos nos tribunais mudaram.
Há duas década não havia o movimento "Não é não!" e o estupro de vulnerável como conhecemos hoje. A própria personagem, por sinal muito bem interpretada por Juliana Paes, retratou isso.
Liana, no inÃcio da trama, não entendia aquilo como um estupro. Na cabeça dela chega a passar que ela mesma tinha permitido que Oscar abusasse dela. Seja porque ela foi extremamente provocante de vestido vermelho para balada ou porque havia bebido demais e se deixou ser dopada.
Era o que a sociedade machista impunha naquela época: "Ela o provocou!"; "Ninguém a obrigou a beber!"; "Quem não aguenta, bebe leite!"; "Não se provoca homem!".
O reconhecimento da violência por Liana só se deu quando a cunhada revela a ela. E mesmo assim, a cunhada (SÃlvia) nada podia fazer, porque, no passado, era o tipo de violência que só seria considerada crime, se a vÃtima reconhecesse dessa forma.
ALERTA DE SPOILLER:
Não foi á toa a personagem de Júlia ter surgido na fase final da trama. Uma adolescente feminista e emponderada, que reconheceu a coragem de Liana em ter lutado pelo filho, mesmo sendo filho do seu agressor. Ela compreendeu o motivo de Liana ter mentido tanto: vergonha!
No passado a maioria das mulheres que passavam por esse tipo de situação não denunciavam. O maior sentimento era a vergonha e o medo dos julgamentos. Elas se culpavam.
Foi a Júlia um dos apoios de Liana no momento em que ela escancara toda a verdade aos filhos sobre a origem deles.