Tiago dos Santos

Eu acabei de assistir, um bom tempo depois do lançamento. e ainda chorando escrevo o que achei do filme, vim aqui antes do fim do filme, ali quando o Buchecha para no posto, logo depois do ultimo show. eu sou nascido e criado no Rio de Janeiro, metade da minha vida na zona norte e metade na baixada fluminense. a situação minha e da minha família não era diferente das do Claudinho e buchecha e suas famílias antes do sucesso, assim como a maioria do povo carioca, elucido isso porque a identificação é muito grande entende? a vida que eles tiveram é a mesma vida que a maioria dos cariocas suburbanos também tiveram. quem tem mais de 30 anos diz que eles e os cantores da época é que cantaram funk de verdade, funk com letras, musicas que além de falar um pouco sobre a vida, também nos emocionava. logo inevitavelmente, Claudinho e Buchecha se tornaram nossos ídolos. foi uma época incrível mesmo em meio a todas dores e pobreza, quando nos permitíamos ser felizes, era através das musicas deles que conseguíamos esquecer a tristeza e dar lugar a felicidade. falei e falei, mas não disse nada sobre o filme... o filme é espectacular, é lindo. emocionante e cativante de ponta a ponta. sou daqueles que não que eu não goste do cinema brasileiro e sim sou decepcionado com cinema brasileiro, por causa da preguiça e desleixo com a nossa historia, fazendo as coisas de qualquer jeito, sem preciosismo. sou daqueles que tem no máximo 7 filmes brasileiros como bons filmes. por isso Nosso Sonho merece nota mil e me emocionou em dois sentidos, um porque o filme é perfeito, é lindo, as actuações são incríveis, eles tiveram cuidado, amor, os atores cantaram, não tiveram preguiça de somente gesticular enquanto os cantores originais cantavam, não usaram playback. eram eles mesmos. e isso ajudou e muito na imersão. uma coisa que fico torcendo quando é um filme sobre a vida de cantores é, deixa a musica ir até o fim, não corte ela abruptamente, e eles fizeram isso, deixou cantar até o fim e quem não cantou junto esta morto por dentro rsrsrs. e o outro sentido que me emocionou foi o grito de... porr! ta vendo! da para fazer coisas boas se tiver amor, cuidado, paciência e carinho. se o cinema brasileiro não aceitasse fazer menos que do que foi feito em Tropa de elite, central do Brasil, o alto da compadecida, cidade de Deus, Mussun e Nosso sonho. não digo que iríamos para o mundo todo, mas pelo menos o povo brasileiro seria apaixonado pelo cimema nacional. resumindo, assim como eu quis esta em uma seção lotada de DeadPool vs Wolverine e Homen Aranha sem volta pra casa, eu também queria assistir Nosso Sonho em uma sala lotada de oitentistas e noventistas vibrando e se emocionando com esse filme. Claudinho descendo do palco pra ouvir o Buchecha em um preludio do que seria dali para frente é absolute cinema.