Eduardo Costa (Eduardo Costa Hobby)

Enredo clássico ao estilo Agatha Christie. Detetive fora dos padrões, frases de efeito com pompa, mistério apontando para um falso culpado, tramas paralelas e no final das contas, a culpa é do mordomo. A 90 anos atrás era novidade, hoje é apenas reciclar algo antigo para quem não conhecia Agatha Christie. A estrutura da série é muito semelhante ao Assassino no Oriente Express de 1932. Mude época, lugar e motivo e Hércules Poirot vira Darby Hart. Só é novidade para quem não conhece os clássicos.

Não é um filme para pessoas burras, se bem que ninguém se acha burro. É um história que mescla ficção científica, drama e terror. As boas histórias de ficção não estão presas a ficção científica em si, mas usam a tecnologia fantástica para contar dramas humanos de uma forma diferente da usual. E drama não é o que falta na história de uma moça muito solitária cheia de traumas. A narrativa sem diálogos não é novidade, quem assistiu o frenético Apocalipto, reconhecerá que uma história pode ser bem contada sem diálogos. E neste filme, Ninguém vai lhe Salvar, conta a história sem diálogos de jeito muito bem feito. Há muitas entrelinhas e paralelos com o sofrimento psiquiátrico, tanto quanto a fantasia de que os ETs foram benevolentes. O nome do filme: "Ninguém vai te Salvar" indica qual paralelo é o real. Assista para descobrir. Sobre o terror? A nossa heróina passa muito medo. Medo dos ET ou de encontrar uma Catarse para se livrar da Culpa e da Solidão. Não se sabe até assistir.

Steve Martin e Martin Short fazem uma boa combinação há décadas, quem riu com "Los Três Amigos" sabe do que eu falo. O contraponto com Selena Gomes faz este trio funcionar de uma forma diferente. Os maneirismos, estórias complicadas e desfechos imprevisíveis, fazem a cada temporada ser divertida de assistir. Por sinal, a cena de "Charles/Brazzos" envenenado tentando usar o elevador é antológica. Diversão inteligente com certeza.