Uma obra-prima da música contemporânea. Começando com a bateria do Dan Searle: é consistente, dinâmica e demonstra que ele adquiriu uma preciosa experiência no trajeto até aqui. Podemos ouvir equilíbrio.
O teclado adiciona uma atmosfera sinfônica, no entanto não se impõe além do necessário para não ofuscar os vocais do Sam Carter.
E que vocais, Sam pode ser considerado um dos grandes vocalistas de nossa época. Algumas canções são mais firmes e mais enérgicas, tais como "Impermanence" e "Animals". Letras muito bem compostas e com mensagens inspiradoras, tal como a faixa de encerramento, que é poesia pura, e a música crítica "Little Wonder".
Já outras canções, menos enérgicas porém ainda impactantes, são mais melancólicas e sentimentais, conforme conferimos em "Dead Butterflies" e "Demi God". As sutilezas que o teclado insere ajuda a guiar essas músicas, enriquecendo-as. O teclado contribui durante todo o disco.
Guitarras pontuais e intrigantes, havendo alguns resquícios de breakdowns bem desenvolvidos, não esquecendo o peso e a parte agressiva. O baixo que quando é requisitado não falha e auxilia. Mas o grande destaque vai mesmo para os vocais. São excepcionais, certeiros e bem trabalhados.
O disco como um todo revela amadurecimento de uma banda já aclamada pelo público do metal. Agora, eles resolvem mudar um pouco, trazendo mais melodias, que favorecem à obra, e com efeitos de teclado que adicionam camadas extras de inovação.
É um disco memorável.