Alessandro Fazolo

Jordan Peele tem se mostrado um diretor superestimado. Começou bem com o ótimo Corra!. Depois veio o mediano Nós e agora esse péssimo Não, não olhe! Parece seguir ladeira abaixo tal como M. Night Shyamalan. Esse filme em específico é horrível em todos os sentidos. Exceto talvez pela fotografia com belas tomadas noturnas. O resto é todo ruim. Roteiro, diálogos, personagens, interpretações, efeitos especiais. Colocaram atores gritando dentro de uma barraca e disseram que era o interior do monstro digerindo as pessoas. Até a escolinha do meu filho faz efeitos melhores! Se tem algum sentido oculto na história ficou bem oculto. Os críticos aqui que mencionaram essa simbologia não souberam dizer quais seriam os sinais do filme que mostram isso e o que significa. Nada no filme tem nexo. Não percam seu tempo!

O filme começa com uma introdução interessante, monstrando notícias na TV de situações de violência e estresse cotidiano. Algumas com cenas reais, para dar o tom de urgência e veracidade. Corta para um início de dia tranquilo e corriqueiro de uma família de suburbio. O que vemos a partir daí foge a qualquer lógica. Violência gratuita e sem motivações claras, decisões estúpidas da protagonista só para justificar a perseguição, entre outros clichés. É difícil entender que alguém resolve perseguir implacavelmente outra pessoa pelas ruas da cidade só porque ela buzinou no trânsito. Pior, as demais pessoas parecem inertes às cenas de violência no trânsito, sem qualquer reação como se dentro dos carros em movimento não tivesse ninguém. Quando alguem resolve ajudar faz coisas mais estúpidas que a protagonista. Se ao menos fosse introduzido um clima de suspense e do imponderável, típico de filmes como "Encurralado", p. ex., ficaria mais plausível. Mas quiseram criar uma situação típica de "Um dia de fúria" sem dar tempo para o expectador conhecer a história do vilão para que a trama tivesse um mínimo de verossimilhança. Assisti adiantando as cenas para não perder muito tempo.