Chega a incomodar a semelhança entre o filme Viajantes e o livro O Senhor das Moscas, de William Golding. Parece plágio. A trama, o perfil dos personagens, suas personalidades é semelhante demais para ser coincidência. Muda o cenário, a época, o gênero das personagens, mas a história é a mesma. Com excessão do elemento sexo, que na obra original não é cogitado. A questão fundamental é: livre das amarras morais e de um poder coercitivo repressor, o homem seria essencialmente racional ou instintivo? Completamente livre, o homem seria capaz de ser ético? Com muito menos valor que a obra original, o filme brilha como uma jóia falsa. Enquanto o primeiro é um clássico da literatura mundial, o segundo não merecerá uma nota de rodapé no livro de memórias do cinema. No fim das contas, o filme reduz-se a um café requentado vendido como expresso gourmet. Mais um.