Uma obra prima que completa o inÃcio do ciclo criado no primeiro filme. Entendo os que não gostaram do rumo desse 2o filme, mas toda a trama e o fim justifica, pra mim, a visão que o diretor quis trazer.
Ambos os filmes se conversam e um complementa o outro. A musicalidade presente neste 2o filme é justificada pela "semente" plantada no primeiro filme - afinal Arthur sente a "musicalidade" no 1o filme em função do primeiro momento em sua vida em que ele se sente vivo.
A sequência, assim como o original, é cheia de analogias e simbolismos.
Para mim, as duas obras tentam mostrar como a sociedade, como organismo vivo, cria, manipula e destrói um indivÃduo.
Enquanto o original é sobre fúria, sobre a tentativa de alguém ser escutado, a sequência mostra a luta por alguém que quer e necessita ser compreendido.
(Spoiler abaixo)
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O filme é profundo, existem analogias e visões do panorama em diversas camadas.
Gotham buscava abraçar o caos, queria alguém imerso em fúria e violência.
Talvez a analogia mais audaciosa que Todd Phillips implementou tenha sido que a nossa sociedade não é muito diferente da ficcional: provavelmente a maioria das pessoas que irão assistir ao filme pretenderao encontrar um Coringa perverso, caótico; e quando ele não atende às expectativas, iremos despreza-lo. No fundo, tivemos uma falsa empatia, um falso senso de justiça.
Alguém que foi desprezado e agredido pela máquina da sociedade na totalidade de sua vida, mais do que justiça, necessita ser amado.
Talvez o maior ponto de reflexão seja justamente isso, estamos afundados numa sociedade que preza pelo caos.