A narrativa foi maravilhosamente comentada pelos demais abaixo, gostaria de tocar nos pontos psicológicos do momento que O'Brien interroga o protagonista. Irei utilizar uma visão psicanalitica. Em 3 pontos cruciais, o processo contrario do fim da analise, a mortificação do eu, a idealidade egoica patológica.
Lacan preconiza em uma releitura freudiana, o fim da análise/tratamento, que seria quando o sujeito atravessa a fantasia, ou seja, se haver com o seu próprio desejo, sai da posição de passividade perante seu desejo e se ver como ser desejante e com responsabilidade perante a ele. O Brien a todo momento traz a tona o pensamento de coletividade extremista, que visa o desmembrar do sujeito, o sujeito não mais deseja mas é acometido pela maioria que o norteia. Já não tem mais culpa, erro ou vontade.
2- Em psicologia das massas e análise do eu Freud relata sobre como o ego é morto pela massa que o retira de suas funções. Na massa o indivíduo se retira de qualquer força individual para se integrar a massa, Freud cita a alma coletiva como ponto crucial onde a individualidade se perde. E evidente o quanto O'Brien utiliza dela(a alma coletiva)para o completo aniquilamento da subjetividade de Winston. Ainda utilizando a psicólogia das massas, Freud relata sobre a necessidade massas terem um grande líder um grande pai, que faz com que a massa se Identifique. Na massa não a fraqueza não a medo, em rebanho toda a individualidade, inclusive estes sentimentos são perdidos.
3- por fim, O'Brien se utiliza do processo transferêncial para a manipulação, e modulação de winston, criando um ideal ao qual ele deverá seguir não só para as dores sessarem mas para que possa fazer frente aos desejos do próprio O'Brien que é a figura de admiração para winston.