Edjane Souza

Assistir a série e foquei em cada mensagem, por trás de suas entrelinhas. Gostei muito porque me fez refletir sobre as injustiças sociais que circulam entre nós. A série nos envia um sinal de alerta sobre a realidade do mundo atual. Muita gente pode não ter se dado conta de que pessoas mergulhadas em seus problemas financeiros, dilemas morais e sociais são tratado como lixo humano e por este motivo são condenadas a exclusão de forma cruel. Ou seja, é como se todas as pessoas estivessem sendo monitoradas o tempo todo. Uma espécie de reallity da vida onde o objetivo é eliminar todos aqueles que tem ou estão passando por qualquer tipo de problema e não merecessem mais fazer parte da sociedade e do mundo. Então essas pessoas são despidas de suas integridades inclusive do próprio nome, pois tem suas identidades roubadas e passam a atender por números. A partir daí são submetidas a uma sequência de jogos com consequências fatais. Para aquelas pessoas que simplesmente amaram a série e o "divertido" jogo de "batatinha frita um, dois três", saibam que o higienismo está bem vivo entre nós. O problema maior é que agora ele se apresenta de várias formas inclusive disfarçado de jogos infantis por trás de brincadeiras lúdicas, provocando, por trás dessas facetas, lembranças peculiares da nossa infância para, talvez nos tornarem alheios às cenas de horror, o que o torna ainda mais perigoso, pois dessa forma fica mais fácil se fazer normal e ser aplaudido, mesmo que inconscientemente, por todos nós.