Pablo de Araújo Gomes

Uma das maiores obras cinematográficas do Séc. XX! E olhe que está muito bem acompanhado por dezenas de obras no mínimo extraordinárias! O filme O Nome da Rosa conseguiu adaptar de forma convincente o romance de Umberto Eco homônimo. Claro que o Romance não caberia dentro do tempo de duração do filme, e por isso a experiência da leitura é ainda mais rica, mas o filme foi muitíssimo bem-construído, transmitindo a essência da obra original e, muito melhor, contando uma história que poderá te fazer parar e refletir sobre do que o ser humano é capaz. Trata-se de uma bela homenagem a Sherlock Holmes, posto que é uma história investigativa, mas, se passando no período medieval. O perspicaz William de Baskerville, um monge franciscano vai a uma abadia, e tudo indica que a trama girará em torno do problema da pobreza de Cristo e do consequente reconhecimento da ordem Franciscana, a missão de William na Abadia Beneditina em que se passa o filme. No entanto, ao chegar no Mosteiro da Abadia, o monge se depara com misteriosas mortes. Em meio a uma trama intrincada que envolve pós-verdade e fake News antes mesmo desses conceitos serem criados, o nosso protagonista se aventura entre personagens históricos (Bernado Gui, inquisidor, por exemplo) e corre perigos em nome de um objetivo nobre (ou seria de sua vaidade?). Excelente atuação de Sean Connery, do então jovem Christian Slater e de todo o elenco! Com uma direção de arte extremamente competente, o filme nos introduz com muita competência no mundo medieval, cometendo tão poucos e pequenos deslizes que passam como licença poética (ou simplesmente despercebidos por quem não é estudioso da área). A direção e a montagem também são muito boas! Recomendo a todos que assistam, e aos que gostarem do filme, recomendo que leiam o romance, que expande e torna a história ainda mais incrível!