JUSSARA MARTINS

A série começou muito bem, mas a partir do terceiro episódio senti como se tivessem abaixado a temperatura dos acontecimentos. Mesmo os acontecimentos fortes do episódio 6 e do episódio 9 não causaram em mim o mesmo impacto da cena final do episódio 1. A ideia da série de mostrar que o crack é utilizado por pessoas de todas as classes é muito boa; a atuação do elenco, principalmente, a da Letícia Colin é digna de receber prêmios. Também me chamou a atenção pelo lado negativo a quantidade grande de acontecimentos que começam e, ou não tem conclusão, ou são resolvidos em questão de segundos. Ao mesmo tempo, a série também traz longas cenas de personagens olhando alguma paisagem ou cantando músicas quase inteiras, ou seja, faltou equilíbrio no uso do tempo.

Acho bastante problemático romantizar o que o senhor Richard Williams fez com as duas filhas: decidiu quem elas seriam, em que área atuariam como se a vida das duas fosse dele. O filme me prendeu apenas quando o destaque estava nas meninas, não simpatizei com o Richard em momento algum. Também já vi atuações melhores do Will Smith para mim, não se justifica a indicação ao Oscar.