SE VOCÊ É FÃ DA DAME AGATHA CHRISTIE, NÃO ASSISTA, PARA NÃO SE ENRAIVECER!!! Enquanto entretenimento, é um suspense mediano. Atuações medianas, enredo com furos que, para disfarçar cada lapso, o roteirista tenta levar para o lado sobrenatural, na tentativa de enganar. Enquanto "baseado na obra de Agatha Christie", é um desastre! O personagem de Poirot que já vinha sendo sistematicamete destruÃdo por Kenneth Branagh, desde "Assassinato no Expresso do Oriente" recebe sua facada mortal nesse filme. A Ariadne Oliver de Tina Fey não poderia estar mais distante da personagem original, uma escritora fanática por maçãs, desconfortável com o próprio sucesso e um pouco gordinha, extremamente paitada na intuição feminina para sempre acreditar que resolveu o caso ou sabe quem é o assassino. Além disso, utilizar as personagns Rowena Drake e a criança Leopold para dizer que "Hauting in Venice" é baseado na obra "Hallowe'en party" é um total desrespeito com a Autora e com seus leitores. O filme só tem do livro o nome dos personagens. De resto, da personalidade até a relação entre eles é absurdamente deturpada. Primeiro que Ariadne Oliver e Hercule Poirot ERAM SIM AMIGOS DE LONGA DATA. Neste filme, a Ariadne (que todos sabem ser um alter ego de Dame Christie) é apenas uma ridÃcula e pomposa escritora, que usa as pessoas para ter sucesso em suas histórias. Poirot, nosso pequeno burguês, é tratado como alguém sem amigos, quando na verdade ele tem uma amizade de longa data com Japp e, pode-se dizer que uma irmandade com o fiel Hastings, fora outros detetives e inspetores da Scotland Yard que surgem em vários livros. Ademais, na obra literária, Poirot é arrogante de uma maneira cativante, enquanto nos filmes Branagh é somente grosseiro e tosco, sem nenhuma massa cinzenta visÃvel, sendo a pior representação do detetive belga que já tive o desprazer de ver. Se Poirot fosse real, ou Dame Agatha estivesse viva, eles estariam horrorizados com o quão deturpado é o Poirot de Branagh. Além disso, eu poderia me estender por horas para demonstrar quão ofensivo é o enredo de "Noite das bruxas", a começar pela ausência de Miranda e de toda a história original que recebeu total desprezo. Mas seria dar ibope para o PIOR de todos os filmes que Brannagh fez até agora, baseados nas obras de Agatha Christie. "Assassinato no Expresso do Oriente" e "Morte no Nilo" são os livros menos violentados por esse diretor tão talentoso para Shakespeare, mas tão desprezÃvel para Agatha... Perdão, Dame Agatha!! Seus icônicos personagens não mereciam ser retratados dessa forma tão pobre e antipática!