Thaty Santos

É difícil de entender como tantas pessoas classificam essa série como "hilária" e dizem que riram muito (?)... É no máximo sarcástica e ácida. Entendo a crítica social, os padrões são bem óbvios e os personagens clichê são bem explícitos, mas esse não é o problema, pois acredito que era realmente isso que os idealizadores queriam criticar. O problema de verdade é o ritmo. São apenas 6 episódios, mas é uma verdadeira tortura chegar até o final, pois NADA acontece episódio após episódio. A fotografia é linda e os atores são ótimos, mas não é o suficiente para sustentar a série inteira. Perdi as contas de quantas vezes o pouco a se dizer foi preenchido com cenas da praia, do mar e de paisagens que quase sempre não estavam relacionados com o enredo...que tédio, sinceramente.... Não me animo nem um pouco pra seguir para a segunda temporada.

Já assisti a muitos filmes e séries em que os protagonistas são golpistas ou foras da lei, vide La Casa se Papel, Prenda-me se for capaz, O lobo de Wall Street, entre tantos outros, que subvertem a nossa expectativa e nos fazem torcer para que os vilões seja bem sucedidos. Qual a diferença entre esses filmes e o péssimo "Eu me Importo"? O carisma, as motivações e principalmente a noção de caráter dos protagonistas. Nesse horrível filme, a personagem principal é só uma psicopata que não tem escrúpulos, não tem discernimento, não tem empatia, não tem caráter, e possui a motivação única e exclusiva de ser rica. A crítica ao sonho americano é rasa, já que o roteiro insiste em jogar a lógica no lixo, colocando as golpistas como mulheres indestrutíveis e inevitáveis, sem medo da morte, que com uma ligação descobrem o endereço de uma pessoa através da placa do carro, mesmo dopada, consegue sair de um carro afundando, e em pouco tempo conseguem drogas e sedativos para vencer a MÁFIA RUSSA... Os mafiosos são inteligentes o bastante para se esconderem do governo americano por anos, mas são burros o suficiente para serem apanhados facilmente com uma sacola e um taco de beisebol pelas "heroínas". Além disso, o "girl power" e a representatividade LGBT só foi colocado ali por motivos comerciais, podendo ser mais um gatilho para ódio... O final, é uma recompensa tardia e fraca para quem espera que a protagonista seja punida pelos seus atos. Um péssimo filme que só traz repulsa e descontentamento.