Tive dúvidas para assistir este filme; superada a dúvida posso dizer que trata-se de muito boa produção. Uma coisa que precisa ser esclarecida é que "The Gray Man", NÃO é um agente secreto, não é um espião, o negócio do Six é infiltração e execução, portanto, este não é um filme de espiões -- no sentido clássico da coleta de informações em sigilo. Embora a contenda se dê em virtude da posse de informações comprometedoras, a luta se dá essencialmente entre assassinos -- sendo este o desenrolar da trama, inexistindo relevância do conceito tradicional de espionagem na trama...Não é verdadeiro que este filme tenha menos "roteiro" ou "história", ou texto, que os demais filmes do mesmo gênero que contraditoriamente a crítica "profissional" adora, o filme entrega o que se pode esperar, dentro das premissas estabelecidas pelo conflito e dentro do esperado; o roteiro é coerente e coeso, não devendo nada aos seus congêneres (é melhor do que muitos deles)...A evidente má vontade, praticamente uníssona, da crítica tida como profissional revela-se pela absurda proposta de inversão de papéis entre os protagonistas para a pretensa melhora dos resultados finais -- o que não passa de um postulado egocêntrico e infantil... Na real, os caras não gostam do Ryan Gosling e amam o Capitão América; entretanto, o vilão é um personagem deficiente, pois trata-se de um suposto psicopata perigoso, que, em tela, não passa de um personagem over, uma espécie de palhação amalucado que não chega jamais a encarnar a inteligência e a maldade real que se espera de um assassino psicopata "gabaritado", contudo, sempre fora do tom, na interpretação do venerado ator...Portanto, justamente o que é tido como um ponto positivo da trama, não passa de uma nota fora do tom, que, porém, não chega a comprometer a obra; Gosling compõe um personagem duro, marcado e calado, e, dentro dos limites da trama, entrega um trabalho, Ok. Portanto, a suposta inversão não passa de revolta de fã -- e ainda tem muita gente que ficou ofendida com a irrelevância do papel destinado ao Wagner Moura no filme, o que também contribuiu para esta crítica toda. Nestes filmes, quase tudo é clichê e caricatura, razão pela qual, vê-se perfeitamente que tem críticos por aí que, na verdade, detestam o gênero, ou não entenderam bem o escopo da produção -- e este filme até tem um desfecho que, em certa medida, escapa dos mais óbvios. Sobre a presença vazia e genérica do personagem da Ana de A., percebe-se que, assim como outros pontos, propositadamente omissos ou soltos, um maior aprofundamento com maiores esclarecimentos serão oferecidos na sequência -- conforme o esperado; entretanto, cumpre a crítica de que o seu personagem parece só aparecer na trama, neste primeiro filme, para mostrar como o até mesmo o protagonista fod@o precisa da ajuda de uma mulher (ao contrário de outros heróis menos modernos e perfeitos...), o que eu acho forçado, militante e evidente demais; entretanto, a dupla funciona bem em tela e ela tem algumas boas cenas -- porém, não todas... Tecnicamente não há o que ser dito/repreendido, e toda a crítica que eu vi parece disfarce de algo que na verdade não foi ou não pode ser dito... Eu daria três estrelas e meia ao filme o que entendo corresponder a uma nota próxima de oito, como isso não é possível, classifico como três -- o filme é muito bom, se você sabe o que está procurando, se você sabe o que está vendo.