Celso Pereira Filho

Uma grande decepção para os fãs. A presunção do Diretor, ao considerar que sua visão crítica pode ficar acima da história e do personagem, transforma uma excelente obra cinematográfica, numa fraude. As atuações, as musicas e a fotografia são um primor, mas a decisão de alterar elementos essenciais da história do personagem, estragam o filme. Imagine ver duas horas de filme sobre a origem de James Bond, para ao final, ele se tornar inseguro, fraco, choroso, declarar que não quer ser agente e talvez até acabar morto por um colega do MI6 ? E tudo isso porque o Diretor é contra a espionagem internacional. Fosse qualquer outro personagem, seria um bom filme.

O filme é interessante, mas não traz nada de novo cinematograficamente, não sustenta uma história encadeada, e cansa quase todos os espectadores. O diretor não propõe uma realidade distorcida, ao contrário, parece mais uma sequência de coincidências reais, tristes e tensas. Não achei que aborde nenhum tema em específico, apenas demonstra um pedaço ínfimo e quase incompreensível da vida (existência?) de um doente mental. Não produziu em mim qualquer reflexão somente mal estar. De bom mesmo só o, sempre impressionante, Joaquin Phoenix.