Sergio Caiazzo

Num bonito hotel à beira mar, na Itália, com um visual deslumbrante, um casal inglês muito simpático, engraçado, espirituoso, com um filho com problemas de fala, atraí e se aproxima de outro casal, norte-americano, de férias, com uma filha adolescente. O casal inglês desenha uma falsa amizade, convidando o casal americano a visitá-lo em sua fazenda, num remoto lugarejo de Londres. E, após hesitação e questionamentos da mulher do casal americano, decidem aceitar o convite. São recebidos com hospitalidade, porém, depois de algumas horas, são coagidos, ficam constrangidos e assustados, e tem início este suspense psicológico, que é um pesadelo sinistro e aterrorizante. “Não Fale o Mal” (Speak no Evil), foi lançado em 2024. Roteirizado e dirigido por James Watkins. É uma repaginação do filme dinamarquês homônimo. É classificado como drama e terror, porém, entendo que terror não é uma classificação tão adequada.

Deixem suas lágrimas derramarem suavemente sobre suas faces, pois é o deve acontecer no decorrer do filme O Trem Italiano da Felicidade (Il Treno Italiano dei Bambini, baseado numa história real. Um belo, belíssimo filme italiano, bem dirigido e com um roteiro excelente, que de certa forma nos remete ao icônico Cinema Paradiso. Um ano após o término da Segunda Grande Guerra, Nápolis está totalmente empobrecida, e então é criado o programa Treni della Felicità, pelo Partido Comunista Italiano e pela Unione Donne Italiane, para tirar as crianças da miséria, e enviá-las à Modena, no norte da Itália, temporariamente, para ficarem com famílias anfitriãs, de maior poder econômico e social. E os contrates do sul e norte da Itália são evidenciados. Contam os historiadores que essa pequena migração foi importante para mitigar os preconceitos com o povo do Sul da Itália. Um filme emocionante, comovente, e obrigatório para mães e profissionais de psicologia infantil. Imperdível ! 5 estrelas.

Recomendo o filme ”Golpe de Sorte em Paris”. Woody Allen deixa de lado as Jazz Bands — uma tradição em seus trabalhos, e nos apresenta um Jazz mais contemporâneo, com destaque para a maravilhosa Cantaloupe Island, do jazzista Herbie Hancock, música que ouvimos ao fundo. O filme nos causa uma certa ansiedade, e na evolução do roteiro, esta se associa ao suspense, que nos leva a pensar como será o desfecho do filme. O que dita o ritmo do filme é a reaproximação de dois colegas de escola, por acaso, nua rua de Paris, que transforma suas vidas. E que não estamos livres de surpresas e de novos sentimentos. “Golpe de Sorte em Paris” nos remete a Match Point, que também trata à sorte. E para nossa surpresa o simpático ator Bruno Gouery, da série “Emily em Paris”, faz uma ponta. Este é o quinquagésimo filme de Allen, salvo engano. Wood Allen é imperdível!