Enquanto muitos esperariam mais ação ou um aprofundamento no caos e na violência que marcam o universo do Coringa, o filme segue na direção oposta. Ele foca na intimidade de Arthur e Harley Quinn (Lee), desvendando suas psicoses em uma narrativa quase teatral, com toques de musical e um tom melancólico que desafia as convenções do gênero.
É um musical? Não exatamente. O filme tem algumas cenas com números musicais, mas elas funcionam mais como parte da loucura dos personagens, refletindo suas emoções e psicoses, sem caracterizar um musical tradicional.
O filme é visualmente deslumbrante, com cenários e cores que refletem o estado emocional dos personagens. A iluminação e a composição de cena são cuidadosamente trabalhadas.
Joaquin Phoenix continua impecável em sua performance, enquanto Lady Gaga traz uma versão da Harley Quinn mais real e menos caricata do que em representações anteriores. Em alguns momentos, pode-se sentir que não há quÃmica entre os dois, mas essa "falta de quÃmica" faz sentido dentro da história, já que Lee não está apaixonada por Arthur, mas pelo Coringa.
Não é apenas um filme de vilão e herói; é uma reflexão sobre loucura, sociedade e a busca por conexão. E, obviamente, um anti-Coringa.
Se você está aberto a algo diferente e profundo, vai se surpreender – e muito!