Ainda Estou Aqui me deixou com uma sensação de angústia e reflexão profunda. A história de Eunice Paiva, forçada a abandonar sua vida de dona de casa para se tornar ativista após o desaparecimento de seu marido, é comovente, mas também extremamente dolorosa de se acompanhar. O filme, ao retratar o impacto pessoal e polÃtico da ditadura militar, prende minha atenção ao mostrar como o sofrimento de uma mãe e esposa se transforma em uma luta pela verdade, pela justiça e pela memória de uma época tão sombria da nossa história. O mais impressionante é como ele nos faz sentir o vazio e o desespero diante da perda, ao mesmo tempo em que celebra a força de mulheres como Eunice, que enfrentaram a repressão com coragem silenciosa. Embora o filme seja, por momentos, pesado e angustiante, ele não se torna um relato de vitimização; é uma história de resistência e de superação, e isso me fez ficar atento a cada cena, absorvendo a complexidade dos sentimentos e das escolhas dessa mulher diante de um sistema brutal. Não é um filme fácil, mas sua potência emocional e a maneira como ele nos envolve em sua narrativa silenciosa, mas poderosa, fazem dele uma experiência cinematográfica relevante e necessária.