Patrick Heinrick

Arcane tem sua fantástica primeira temporada que impõe um padrão que a segunda vai suar pra alcançar. Tem uma ótima animação, trilha sonora impecável, um elenco muito bom, uma seriedade e dramatização que nem eu esperava, sinceramente achei que seria algum roteirozinho qualquer pra justificar os personagens brigando, mas não, tem muita coisa acontecendo e tudo se influencia harmonicamente. O enredo é praticamente fiel a Lore do jogo, mas o melhor é suas mudanças para adaptação audiovisual que respeitam e muito o material original. Arcane é entendível por aqueles que não conhecem o jogo e sua Lore e um deleite para os que já conheciam o universo. Apesar de eu ter gostado de praticamente tudo nessa série, preciso destacar a trilha sonora, desde os primeiros até os últimos segundos do show te arrepiam, foi a primeira série que não pulei a abertura e nem os créditos só pela trilha sonora. É bom demais, encontro pouquíssimos defeitos que são totalmente anulados pelas qualidades do show, parabéns e obrigado, Riot Games, Netflix e Fortiche Production.

Gostei bastante até, minha maior preocupação era os kagunes, mas são muito bonitos, achei que a Maika Yamamoto combinou muito mais com a Touka do que a atriz do primeiro filme, teve algumas adaptações aqui e ali que não me agradaram, mas nada que me fizesse desgostar, um bom filme pro fã do anime/mangá.

Uma obra de arte. Faz valer toda a briga que travamos com a Warner nas redes sociais para que o filme fosse lançado. É incrível, já assisti mais de 10 vezes e pretendo reassistir mais e mais. Zack Snyder consegue nos entreter num filme de super-heróis com um clima triste, mais "amargo", beirando o melancólico, bem diferente dos que presenciamos em filmes de heróis habituais, exceto em momentos de alívio cômico, que nem todos se encaixam bem, mas que não atrapalham na experiência do filme. As melhoras em relação a versão de 2017, dirigida por Joss Whedon, são notáveis desde os primeiros minutos, a maneira poética que o diretor nos passa as informações nessa versão arrepia e nos encanta na maior parte das 4 horas de exibição. Os personagens, tanto os heróis quanto os vilões, são mais profundos e bem mais cativantes, seus motivos são bem plausíveis, tanto pessoais quanto grupais, ninguém está ali só por estar, até mesmo os figurantes, os personagens citados ou que aparecem em flashbacks contribuem para o enredo e/ou para o clima do filme de maneira harmônica. As "coisas" são bem contadas, bem exibidas e se encaixam muito bem, e as referências são um deleite para os fãs, mas o que neste filme não é? Mas vamos aos espinhos das rosas. A trilha sonora é ok, bem melhor em algumas cenas, pior em outras, porém nunca deixam de combinar com o que está sendo mostrado, mas eu esperava uma melhora mais significativa. Alguns personagens 'importantes' da DC poderiam ter uma 'importância' maior na história, já que (até agora) não teremos uma continuação para justificar tal desuso, o que temos é uma desculpa para esse desuso, e que infelizmente só podemos aceitar. O formato em 4:3 me incomodou de início, nada que não nos acostumemos após alguns minutos, mas não existe uma razão para ser assim, talvez só seja a preferência do diretor, mas não é a minha. Resumindo, é fantástico, o filme honra o que representa, honra a história que conta e aqueles que o assistem, é cativante e épico o suficiente para a longa duração ser uma dádiva e não um problema, e se torna uma linda homenagem à Autumn Snyder.