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Já imaginou uma sociedade em que pessoas compram artistas para crianças?
Um livro curto que pode ser lido em apenas um dia, mas que te faz refletir por semanas! Nessa distopia, crianças não tem animais de estimação e sim artistas. Aqui nessa história, uma menina pede um poeta. Poderia sim ser outro artista, mas escultores e pintores fazem muita sujeira.
Parece loucura o enredo, mas nos faz refletir o valor da leitura, de quem escreve, dos sentimentos… algo que está em falta nessa sociedade distópica com crianças e adultos ignorantes. Lá é governado por números, pessoas são nomeadas por números, ninguém se importa com afeto e cultura. E quem se interessa por essas coisas é julgado, criticado. Só é valorizado aquilo que se pode contar, vender e lucrar.
Com o livro, Afonso critica de forma sútil e criativa os valores que estão sendo invertidos. O materialismo e consumismo fazem parte da construção da história.
Amei a escrita poética do Afonso, marquei mais da metade do livro!
Os capítulos são curtinhos e todos eles tem um tema focal.
💬 Quotes:
“Debaixo da cama, escondem-se versos, disse ele. Não são monstros? Alguns versos são”
“ O tempo? Não está para brincadeiras. As pessoas veem o tempo a passar enquanto nós vemos o tempo parar. Num segundo, uma eternidade”
“O poeta tinha os olhos fechados, o rosto oriental. para o céu. As gotas calam-lhe na cara. Pareia o chorava muito.
Devia ser a chuva que dava essa sensação”
“Percebi que estava cada vez mais inutilista e que pensava em coisas só pela sua beleza e não queria saber do seu valor monetário ou instrumental”
“A cultura não se gasta. Quanto mais se usa, mais se tem”
“O que é que este poeta faz? Poemas, respondi eu. Para que servem? Para muitas coisas. Há poemas que servem para ver o mar”