Matrix (aqui falo do 1) é o pacote cinematográfico completo para amantes de sci-fi e ponto. Os 2o e 3o filmes não são ótimos, mas fazem a função de expandir o universo e concluir a jornada do herói. Eram necessários? Não. Olhando para trás, é bom que eles tenham existido? Para mim, sim. As ideias bem intencionadas de Matrix não teriam se enraizado com tanta força na cultura pop sem eles.
E é isso que a história tem de mais especial. O modo como ela "embala" uma discussão filosófica profunda e conhecida sobre propósito, sentido e controle. Matrix 4 resgata isso. Ouso dizer que é até mais forte do que no 1o. O conflito entre ficar ou não na Matrix é tangÃvel. O cansaço de lutar repetidas vezes contra um sistema que se sofistica em aprisionar a humanidade está escancarado. E outra coisa que achei muito interessante é que a Lana, de alguma forma, usou seu repúdio em trazer Matrix de volta para criar um filme Matrix com uma mensagem de Matrix. Isso é genial.
E por isso esse, de todos os filmes, é o mais real psicologicamente. Acho que isso já valida sua existência. Também acredito que quem avaliou Ressurections como péssimo se perdeu dessa essência.
Além disso, trouxe elementos positivos que não podem ser desconsiderados: personagens novos cativantes, uma equiparação de gênero, tanto em personagens quando em possibilidades, e fechou e iniciou arcos de maneira bem-sucedida.
Agora, não vou mentir, a narrativa fraqueja em várias explicações. E tem uma aura própria que desagradará a muitos (eu gostei): é sarcástica, romântica, tem momentos intimistas, toques de humor e usa de metalinguagem para questionar sua própria ~ressureição~ . Claro, também traz óculos escuros, kong fu, perseguições, tiroteios e superpoderes (sempre bom).
No fim das contas, eu já sabia o que Matrix 4 tinha para me dizer, só não sabia como. E foi um sopro de ar fresco tomar essa pÃlula vermelha no meio de tantas azuis.
PS.: Não é um filme pra ser visto só uma vez ou sem atenção. Piscou, perdeu.