(SEM SPOILERS)
Com o avanço assustador da tecnologia AI (inteligência artificial), os androides estão se multiplicando e invadindo as histórias sci-fi, podendo se unir a outros gêneros, como o drama, a ação, o suspense ou o horror. Quantos gêneros essa temática pode inspirar, veja bem. Em “Subservience” (2024) temos o drama, o sci-fi, o suspense, e ainda arrumaram tempo para momentos eróticos, mesmo que a intenção de colocar Megan Fox e Michele Morrone no mesmo filme tenha passado longe de querer fetichizar algo, claro.
Por incrível que pareça, o roteiro de Will Honley (“Escape Room 2”) e April Maguire consegue sair do repetitivo e abordar questões interessantes, que talvez não seriam conversadas de frente para uma psicóloga numa terapia de casal. Imaginem a seguinte pergunta: “O que é traição para você?” sendo feita de surpresa, sem uma resposta já formulada? Isso poderia fazer o casal nunca mais sair da terapia e a psicóloga fidelizar o cliente. Até o dia que eles descobrissem os limites do respeito e da hipocrisia nessas respostas, sem precisar chegar ao ponto de quererem controlar os pensamentos um do outro.
Filmes recentes que já chegaram a abordar pontos parecidos, como o drama "Foe" (2023) que levanta essa questão da substituição "humano x AI", e o horror "M3gan" (2022) com uma história sobre a presunção de estarmos sempre no controle daquilo que foi criado pela ciência para ser um “produto”, sem vontade própria. Aqui, temos um pouco da mistura desses fatores, mesmo que numa história diferente.
O drama acaba tomando conta de boa parte do tempo, mesmo que o tensão comece a entrar aos poucos. Megan Fox como robô está realista e muito bem, nos deixando na dúvida se é ela mesma ou um animatronic em cena. Talvez ela se cansou de atuar e pediu para a produção fazer um robô de verdade, mas o nome dela aparece nos créditos, então é ela mesma. Não que eu duvidasse de sua capacidade, até porque, já me impressionei bastante com sua atuação em filmes como “Até a Morte” (2021).
No que entrega como thriller/sci-fi, "Subservience" é satisfatório, mesmo que tenha demorado para aparecer. A essa altura, a direção de S. K. Dale já não sabia mais de qual gênero o filme pertencia, terminando quase como um “Exterminador do Futuro”. Depois de tudo, pelo menos o casamento foi salvo.
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Bom | Nota: 6/10