A volta do Diretor Sam Raimi ao universo de filmes de heróis que o mesmo ajudou a consolidar com os aclamados longas do Homem Aranha dos anos 2000 era muito esperada pelos fãs do gênero. E, de fato, tal expectativa se concretiza em um dos filmes mais autorais e surtados (no melhor sentido da palavra) do MCU.
A marca autoral do diretor leva ao limite a classificação indicativa do filme (PG-13) nos Estados Unidos. Cenas graficamente violentas e, até mesmo, aterrorizantes diferenciam e trazem novos ares à famosa Fórmula Marvel, mas sem abandoná-la.
O roteiro é bastante simples e em alguns momentos muito explicativo e talvez seja o ponto mais divisivo do filme. Uma vez que, ao acelerar muitos os acontecimentos por meio de coincidências convenientes pode atrapalhar a suspenção da descrença do público. Outro ponto que deve ser levado em consideração são as amarras que o próprio MCU tem se colocado, já que quem não assistiu pelo menos às séries WandaVision, Loki, What If? e aos filmes Vingadores Ultimato e Homem Aranha Sem Volta para Casa dificilmente irá compreender o ponto de partida do longa.
Entretanto, o filme se torna muito envolvente e imersivo principalmente na chegada do segundo e terceiro atos. As participações especiais trazem um "Fan Service" no ponto certo, sem tornar o filme refém de tal ferramenta.
Deste modo, o filme acerta no tom trazendo novidades e autoralidade, mas sem perder a alma do universo já consolidado. Uma boa adição da Marvel, sobretudo para aqueles que já se encontravam saturados de mais do mesmo.