Daniel Soares

Sensacional. A sinopse e suas imagens de "capa" me causavam certa desconfiança e desânimo com a premissa. Mas a quebra de expectativa é fenomenal. Pois entrega um clichê que, pelo menos eu, não esperarava de tão... clichê, ou porque para ser precisamente mais sincero, eu achava que estragaria a lore do anime, os fundamentos que fazem aquele "boxe distópico" existirem, e portanto não seria um elemento que inseririam na obra, mas sim, acontece e não conto aqui para não estragar com esse "spoiler". Pra embasar tudo isso possui um belo drama, não reclamo de ser extenso pq são apenas 13 episódios (primeira temporada) e os diálogos e situações complicadas se resolvem logo. De forma tão intensa como quase tudo que é feito nesse anime. A trilha sonora nos mais diversos momentos e princialmente nas lutas são mais do que entusiasmantes, é puro êxtase, pura emoção em embulição quando os lutadores se enfrentam no ringue. Praticamente tudo que compõe este anime o torna espetacular para apreciá-lo, vale a pena.

A série é DRAMA, não contem com uma exímia amálgama de drama e sci-fi como em love + death + robots, Interestellar, Se eu não tivesse te conhecido, etc. A parte de ficção científica, retrofuturismo e sci-fi são APENAS plano de fundo para explorar reações humanas. O trailer e o discurso inicial do Hussel no primeiro ep são um CLICKBAIT pq te faz pensar que irá encontrar uma boa história de ficção científica, onde serão exploradas teorias e não espere por isso. É uma excelente história, desde você aguente a sonorização e ambienteção absurdamente melancólicas até chegar às conclusões dos contos. Excluindo uns 3 eps que são puro drama, relação e chororô familiar, com robôs só pra enfeitar mesmo, 4º e 5º ep, com exeção da história do braço do George, penúltimo ep, que ajuda a entender o plot no final do última história , além de claro, explicar como ele perdeu o braço. As músicas da trilha sonora são maravilhosas, mas a sonografia engeral é enfadonha, só para os verdadeiros amantes de melodrama. O desenvolvimento é extremamente lento. Não espere explicações ou irá se frustrar, o melhor que a série tem a oferecer são as conclusões de alguns capítulos e principalmente o final da própria. Mesmo deixando completamente em aberto pra onde a Loretta jovem vive sua jornada até que conheça o George e aconteça o que se espera no primeiro ep: O Loop se reinicie, tal como o nome sugere por si só. (Imagino que tenha a ver com o Trator que viaja entre dimensões/universos). É basicamente um Isekai, não dá pra se esperar explicações, mas conclusões satisfarórias tem. Quanto à inclusão, ou cotas obrigatórias em toda obra audiovisual não há problema alguma, negros, mulheres em posição de poder e LGBTs são pessoas comuns, vivendo histórias normais dentre todos os outros, não há vitimismo em seus desenvolvimentos, nem forçação desnecessária com cenas obscenas, ou sequer uma demonstração de supremacia absoluta deles sobre qualquer outra etnia, genêro ou orientação sexual. Enfim, ela te prende pela curiosidade, não entrega o que promete no trailer e nem no primeiro ep, pra quem gosta de drama, reações e relacionamentos humanos, mesmo que conclusões prevísiveis através das reações esperadas pela mentalidade de jovens imaturos inconsequentes e bbks. E pra quem ama histórias tristes, comoventes e extremamentes dramáticas em todos os aspectos, é um prato completo, com direito a sobremesa e tudo. Só o que me chateou foi essa questão do clickbait, mas valeu a pena pela conclusão geral (mesmo tendo que aguentar os eps Ecoesfera e Controle rs) e mesmo que tenha ficado no ar qual a jornada da Loretta após a Alma fazer o que fez, é até melhor que não tenha uma sequência, nem demais explicações e fique tudo por isso mesmo.